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Taxação: entenda os impactos da medida na economia brasileira

31 jul 2025 às 12:45

A tarifa de 50% que os Estados Unidos vão aplicar sobre produtos brasileiros foi adiada e passa a valer a partir da próxima quarta-feira, dia 6 de agosto. A medida, oficializada em decreto assinado pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (30), vem acompanhada de uma lista de isenções — que inclui aeronaves civis, petróleo, sucos de laranja, veículos, peças, fertilizantes, produtos energéticos, madeiras e alguns metais.


Por outro lado, setores importantes para a economia do Paraná ficaram de fora das exceções. Produtos como carnes, peixes e café serão atingidos pela nova tarifa e já causam preocupação em regiões exportadoras do estado.


A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) afirmou que ainda estuda os impactos da medida, mas defende uma solução diplomática, sem retaliações. Já a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) analisa quais produtos do setor podem ser poupados da taxação.


No Oeste do Paraná, produtores de peixes temem demissões e redução nos abates. Em Cascavel, a principal apreensão está no setor da carne bovina. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Palotina, a mudança nas regras pode comprometer empregos e a produção local.


A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) informou que, só no primeiro semestre deste ano, o estado exportou mais de 331 milhões de dólares em produtos florestais para os Estados Unidos, 36 milhões em café e 17 milhões em pescados. Produtos apícolas também registraram aumento expressivo: de 3 para 10 milhões de dólares. Já os sucos, que foram isentados da nova tarifa, cresceram 345% e somaram 9 milhões de dólares em exportações.


A taxação foi anunciada como parte de uma escalada de sanções do governo norte-americano, que acusa o Brasil de violações de direitos humanos e restrições à liberdade de expressão.