Mais um caso de suposta fraude em documentação de assessor parlamentar veio à tona na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. O episódio, o terceiro do tipo registrado nos últimos meses, envolve Leandro Pinto, ex-assessor nomeado pelo vereador Dr. Ranieri Marchioro (Republicanos).
Leandro foi nomeado em janeiro e exonerado em maio. A suspeita surgiu durante uma auditoria interna que tem como foco a checagem de documentos apresentados por servidores. Um relatório divulgado pela Câmara mostra que o histórico escolar apresentado pelo assessor levantou diversas inconsistências, confirmadas por nota oficial da própria instituição de ensino onde ele alegava ter concluído o ensino médio.
De acordo com a escola, o documento não segue o modelo oficial da época, traz nomenclaturas incorretas, carga horária e matriz curricular incompatíveis e assinaturas não reconhecidas da direção e secretaria. Com base nas informações, a Câmara instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no dia 2 de julho e notificou formalmente Leandro Pinto no dia 4.
Em nota divulgada nas redes sociais, o ex-assessor alegou ter sido o próprio gabinete a solicitar a checagem, após ele notar inconsistências no histórico recebido via aplicativo de mensagens. Leandro afirma ainda estar sendo orientado juridicamente e aguarda a conclusão do procedimento antes de se manifestar publicamente.
O vereador Dr. Ranieri gravou entrevista com exclusividade e afirmou que desconhecia qualquer irregularidade e que não tem acesso direto à documentação entregue pelos assessores. Já o presidente da Câmara, Paulo Debrito, disse que a verificação será ainda mais rigorosa e que todos os servidores estão tendo seus documentos reavaliados.
Leandro Pinto recebia cerca de R$ 11 mil como assessor parlamentar. Por lei, a função é de livre nomeação, mas exige comprovação do ensino médio, conforme determinação do Tribunal de Contas do Estado e regimento interno da Câmara.
Além deste, outros dois casos semelhantes já foram investigados: um ligado ao vereador Cabo Cassol e outro à ex-vereadora Protetora Carol Dedonati. Ambos apresentaram diplomas com indícios de falsificação e foram alvos de apurações.
A Câmara informou que o PAD tem prazo de 60 dias para ser concluído, com possibilidade de prorrogação. Polícia Civil e Ministério Público devem ser notificados do caso.
A nota completa de Leandro Pinto pode ser acessada no link: https://www.instagram.com/p/DLyVVeotO6G/?igsh=MTc0eHdobThxcHIxdQ%3D%3D