Três meses depois da morte brutal de Luís Lourenço, de 35 anos, que foi assassinado por um morador em situação de rua enquanto caminhava no Parque Vitória, em Cascavel, a cidade ainda sente os reflexos da tragédia. O crime, ocorrido em 25 de março, acendeu um alerta sobre a insegurança relacionada à presença de pessoas em situação de rua com histórico criminal nas ruas da cidade, um problema que, segundo moradores, já era alvo de denúncias anteriores.
A vítima foi atacada com uma barra de concreto e ferro, em plena luz do dia, enquanto seguia para o trabalho. O suspeito, que tinha uma longa ficha criminal, foi localizado pela Polícia Civil ainda no mesmo dia. Durante a abordagem, tentou ferir um policial com uma faca e acabou morto no confronto.
Após o crime, houve uma mobilização das forças de segurança. A Guarda Municipal reforçou as rondas com a convocação de quase 30 novos agentes e foi intensificada a chamada “operação resgate”, voltada ao encaminhamento de moradores de rua para centros de acolhimento ou para suas cidades de origem. Quando identificado algum crime, também são conduzidos à delegacia.
Apesar do esforço, a violência persiste. Na última semana, outro caso chocou a população: um homem em situação de rua foi espancado até a morte por outros moradores de rua no pátio de um posto de combustíveis na Avenida Carlos Gomes. O crime foi flagrado por câmeras de segurança, que mostram a vítima sendo atacada com socos, chutes e objetos como pavers e até um vaso de flores.
O Parque Vitória, onde Luís foi morto, ainda é frequentado por pessoas que fazem caminhada, mas a presença de moradores de rua e o histórico recente fazem com que muitos deixem de utilizar o espaço por medo.
A tragédia reacendeu o debate sobre segurança pública, políticas de acolhimento e fiscalização mais rígida em relação à criminalidade entre pessoas em situação de rua.