Na maca da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Brasília, em Cascavel, está Claudeir dos Santos dos Santos Sabino. Ele se envolveu recentemente em dois episódios que chamaram a atenção: primeiro, colocou fogo na própria moradia; depois, furtou um ônibus do transporte público e dirigiu pelas ruas da cidade. As duas ocorrências indicam um problema mais profundo: Claudeir é usuário de drogas e enfrenta sérios transtornos em decorrência do vício.
Internado desde o dia 19 de junho, Claudeir aguarda por uma vaga para tratamento especializado, mas, até agora, não teve resposta. A família tem buscado ajuda, mas o sistema público ainda não apresentou solução.
A situação de Claudeir se repete em outros casos. Há quatro meses, Alison, de 27 anos, também tentou acesso a tratamento para dependência química e não conseguiu. Há 10 dias, ele está desaparecido. A família, sem respostas, registrou boletim de ocorrência há mais de uma semana e tem feito buscas por conta própria, principalmente em áreas de mata na região norte de Cascavel.
A mãe do jovem teme o pior e lamenta que, com apoio profissional e tratamento adequado, o desfecho pudesse ter sido diferente. A espera por atendimento, segundo os familiares, pode custar mais do que tempo: pode custar vidas.
Sobre a falta de atendimento de Alisson, a prefeitura informou não poder repassar informações de pacientes. Já quanto a transferência de Claudeir, o município informou que espera um leito, o que é responsabilidade do estado. A secretária de saúde do estado informou não há solicitação de transferência referente ao paciente mencionado, registrada na central de acesso à regulação de leitos do estado (Care).