Em votação dividida, os vereadores de Londrina rejeitaram, em segunda discussão, na tarde desta quinta-feira (28), o projeto que lei nº 176/2024, que autorizava o Executivo Municipal a permutar um terreno público por um imóvel particular, com o objetivo de instalar o Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). A proposta havia sido aprovada em primeiro turno no dia 14 de novembro e tramitava em regime de urgência. Foram 11 votos contrários e 8 favoráveis. Eram necessários 13 votos a favor para a aprovação. Com a rejeição, o projeto será arquivado.
O projeto de lei, de autoria do prefeito Marcelo Belinati (PP), autorizava a troca de dois terrenos localizados na mesma quadra da Avenida Waldemar Spranger, no Parque Residencial Alcântara, zona sul de Londrina. A área pública possui 3.265,004 m² e foi avaliada em R$ 9.435.000,00. Em contrapartida, o imóvel particular proposto para permuta possui 1.047,15 m² de terreno, 2.018,20 m² de área construída, com valor de R$ 8.840.000,00. A diferença de R$ 595.000,00 seria paga pelo proprietário ao município em até 30 meses. Atualmente, Ippul e Codel funcionam em imóveis cujos aluguéis custam R$ 300.000,00 anuais à administração municipal, e Codel tem que desocupar o local até 31 de dezembro, segundo informações do Executivo Municipal.
Parlamentares contrários ao projeto de lei defenderam que era preciso discutir melhor o tema com a equipe de transição do prefeito eleito, Tiago Amaral (PSD). O vereador Emanoel (foto), presidente da Câmara, disse inclusive que Amaral tem planos de levar os órgãos públicos para o Centro da cidade. “Foi feita a melhor avaliação [dos imóveis], sim, mas porque não esperar um pouco mais?”, questionou. “Acho que esse projeto deveria ter sido discutido com mais tranquilidade e com mais tempo”, disse Nantes (PL).
O líder do prefeito Marcelo Belinati na Câmara, vereador Eduardo Tominaga (PP) (foto), disse que o Executivo havia recebido um pedido da equipe de transição do prefeito Tiago Amaral para que o projeto de lei fosse retirado de pauta por tempo indeterminado. Contudo, segundo ele, a avaliação do atual prefeito é de que a proposta atenderia às necessidades dos servidores do Ippul e da Codel. “Tecnicamente o projeto não tem problemas. Tem problemas de divergências de ordem política, o que é legítimo”, afirmou.