A partir de hoje, nossa equipe traz uma série de reportagens especiais sobre Bituruna, cidade que, em 2020, foi oficialmente reconhecida como a Capital do Vinho no Paraná. Localizada no Sul do Estado, Bituruna recebeu o título devido à sua tradição na produção de vinhos e espumantes, e recentemente foi palco de um evento nacional para promover o consumo de vinhos brasileiros.
Para entender melhor a relevância do vinho para a cidade, é preciso voltar no tempo. Bituruna foi fundada em 1954, mas sua história com a viticultura começou três décadas antes, quando a Empresa Colonizadora Santa Bárbara iniciou a venda de terras para imigrantes italianos vindos do Rio Grande do Sul. Esses imigrantes trouxeram na bagagem suas tradições e mudas de parreiras, que se espalharam pela região e se enraizaram na identidade local.
Em uma das vinícolas mais antigas da cidade, que possui um casarão construído em 1939, podemos vivenciar essa história. O local funcionou como moradia até 2014, mas hoje é um museu aberto ao público. Michele Bertoletti, enóloga e dona da vinícola, nos contou sobre as lembranças de sua infância, quando os avós ainda moravam na propriedade. Além disso, a vinícola oferece um passeio pelos parreirais da família, que pode ser feito a bordo de um trator.
Outro destaque dessa experiência é a tradicional pisa da uva, um processo que remonta aos antigos métodos de produção de vinho, e que ainda é vivenciado pelos visitantes. Bituruna, a 900 metros de altitude e com pouco mais de 15,5 mil habitantes, tem na indústria madeireira seu principal setor econômico, mas também se projeta como destino turístico.
A cidade foi escolhida para representar o Paraná em um projeto nacional do Consevitis, instituto gaúcho que visitará cidades produtoras de vinho em sete estados até o fim deste ano. O objetivo é dar maior visibilidade ao setor vitivinícola brasileiro, destacando a diversidade e a qualidade dos vinhos, espumantes e sucos de uva produzidos no país.
Em parceria com o Sebrae, que oferece consultoria aos empreendedores de Bituruna desde 2022, o projeto busca desenvolver o conceito de destino turístico inteligente no município. Para divulgar esses atrativos, o Consevitis convidou jornalistas e comunicadores para conhecerem as cidades participantes, e nossa equipe passou cinco dias explorando o potencial turístico de Bituruna.
Durante nossa visita, conhecemos alguns dos principais monumentos da cidade, como um garrafão gigante, construído em uma rotatória na rodovia que passa por Bituruna. O garrafão tem uma grandeza impressionante e, se fosse de verdade, poderia armazenar até 250 mil litros de vinho. A poucos quilômetros dali, está a imponente imagem de Santa Bárbara, com 34 metros de altura, uma das maiores do Brasil.
Além do vinho, Bituruna adota o sistema de manejo em agrofloresta, onde pinhões, erva-mate e uvas convivem em harmonia, promovendo a sustentabilidade. A erva-mate, inclusive, é uma parte essencial da cultura local, e algumas propriedades rurais oferecem visitas para explicar sua importância na região.
Nos próximos dias, a série continua. Na reportagem de amanhã, você vai conhecer a culinária local, que complementa a experiência de quem visita a cidade. E, na última reportagem da série, vamos mostrar o processo de produção do vinho, desde a colheita da uva até o processo final nas vinícolas. Não perca!