Neste sábado (4), a partir das 19h30, a Vila Cultural Flapt! recebe a nova temporada de apresentações presenciais do espetáculo “Me Chame pelo Meu Nome”, de Marina Stuchi. Pautado no conceito “Performopalestra”, o trabalho une pesquisa acadêmica, relato pessoal e criação artística e tem como objetivo apresentar e nomear as diversas violências de gênero, desde a simbólica até o feminicídio. Os ingressos para o espetáculo são gratuitos e devem ser retirados no dia do evento, a partir das 18h, na Rua Lino Sachetin, 498 (Conjunto Habitacional Luiz de Sá). O conteúdo da performance, que tem duração aproximada de 40 minutos, é recomendado para maiores de 16 anos.
De acordo com o coordenador do Programa Fábrica – Rede Popular de Cultura, Valdir Grandini, o projeto proposto por Marina Stuchi foi criado em 2021 e, desde então, recebe o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). “O papel do Promic, como instrumento de fomento à cultura, é fornecer mecanismos para que a sociedade evolua, dando vazão a novas sensibilidades, para que opressões e violências sejam, de vez, superadas. E o trabalho da Marina é um desses trabalhos artísticos que nos orgulhamos de apoiar, pois usa as linguagens artísticas, corporais e estéticas para aprofundar este debate sobre violência de gênero, com muita responsabilidade e cuidado”, destacou Grandini.
A apresentação na Vila Cultural Flapt será apenas a primeira de outras cinco que estão programadas para acontecer em diversos espaços públicos da cidade, ao longo de todo o mês de março, em alusão ao Mês da Mulher. Todas as apresentações contam com o apoio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), que também propôs que o espetáculo fosse realizado no Centro de Atendimento à Mulher (CAM), tendo marcado a atividade para o dia 21 de março, às 15h.
Segundo a secretária municipal da SMPM, Liange Doy Fernandes, os espetáculos culturais que tratam com respeito a temática da violência de gênero, como o promovido por Marina Stuchi, são importantes para conscientizar cada vez mais a população londrinense a respeito do tema. “Nós entendemos que é fundamental ter espetáculos, filmes e músicas que tragam este olhar de proteção, de enfrentamento, pois eles chegam a espaços em que muitas vezes nós não conseguimos chegar. É importante que as mulheres que estão passando por algum tipo de violência doméstica-familiar saibam identificar os diferentes tipos de agressão e, o que é mais importante ainda, saber que não estão sozinhas e que existem uma grande rede de apoio disponível para auxiliá-las. Então, nós apoiamos estes projetos culturais por entender que é preciso ter essa transversalidade no mundo das políticas públicas”, destacou a secretária.
Para a atriz e pesquisadora Marina Stuchi, responsável pela dramaturgia e performance do espetáculo “Me Chama pelo Meu Nome”, o maior propósito das apresentações é dar condições para que as espectadoras e espectadores reconheçam e nomeiem os diversos tipos de violências que são cometidas contra as mulheres. “Meu objetivo é de que as mulheres não possam apenas conhecer, mas que reconheçam e tenham os mecanismos para lutar contra essas violências. Durante a performance, não é uma personagem que está em cena, sou eu, Marina, apresentando relatos de vivências reais, de coisas que aconteceram comigo e com outras mulheres que entrevistei para o meu doutorado. Com essa proximidade, acredito que seja mais fácil para o público, principalmente feminino, entender que ali poderia ser qualquer uma de nós e que, infelizmente, vamos sentir essas agressões em algum momento da vida”, ressaltou.
Stuchi também conta que, diferentemente das apresentações realizadas nos anos anteriores, o projeto pretende realizar uma circulação híbrida nos espaços em que o espetáculo será exibido. “Como temos a apresentação presencial e o vídeo da performance dos outros anos, que está disponível no canal do Youtube, resolvemos fazer neste formato híbrido. Ou seja, em alguns lugares, como nas Vilas Triolé e Flapt e no SESC Cadeião, as apresentações serão totalmente presenciais. No Centro Cultural Adecom, no Centro de Convivência do Idoso da Zona Norte e no CAM, nós vamos apresentar a performance por meio do vídeo e, em seguida, teremos um bate-papo com o público. Já no SESC Cadeião, a performance presencial será filmada e transmitida ao vivo pelo canal do Youtube”, salientou.
Além do formato híbrido, a atriz também acrescentou novos detalhes à performance, e o público também terá acesso à uma instalação com foto-performance, que tratará do tema da violência de gênero de uma maneira mais subjetiva. “Acredito que, tanto através do espetáculo quanto por meio do labirinto de fotos, seja possível reverberar ainda mais esse tema e sensibilizar ainda mais pessoas. Isso porque a cultura tem um papel fundamental no enfrentamento à violência de gênero, tendo a capacidade de mover não apenas as mulheres, mas os homens também, a reconhecerem o quanto podem ser perpetradores de violência. E, também, de terem o poder de colocar um fim ao mal que o patriarcado, o machismo e a misoginia trazem à sociedade, principalmente para as mulheres”, finalizou Stuchi.
“Me Chame pelo Meu Nome” tem dramaturgia e performance de Marina Stuchi; preparação corporal de Solange Melo; sonoplastia e trilha sonora de Lucas Oliveira; iluminação de Everton Bonfim; operação de luz de Everton Bonfim e Carol Vaccari; figurino de Bianca Baggio; fotografia de Valéria Felix; projeto gráfico de Nana Souza; produção de Arlekino Produção Cultural; patrocínio do Promic e apoio cultural das Vilas Culturais Flapt e Triolé, das Secretarias Municipais de Políticas para as Mulheres e do Idoso, Centro Cultural ADECOM e Espaço Cultural Nosso Quintal.