Há 13 anos, dona Maria de Lourdes é voluntária em um trabalho que já ajudou dezenas de pessoas. Ela arrecada roupas e outros materiais para vender em um bazar, que montou em sua própria casa.
O dinheiro é revertido em cadeiras de rodas para o Hospital do Câncer de Londrina.
A garagem e parte de seu quintal são ocupados pelo bazar.
Roupas, calçados, bolsas, estão separados por idade e tamanho.
Se precisar de um ajuste ou costura, ela mesma faz. Há ainda móveis, eletrodomésticos e até panelas. O que chegar, dona Maria de Lourdes dá um jeito e vende.
“Fogão, pia de cozinha eu já vendi bastante... O pessoal faz novo e vai mandando os velhos pra mim, né?” conta Dona Maria.
Aos 79 anos de vida, 30 são dedicados ao trabalho voluntário dos Vicentinos, da Igreja Católica. Por conta da idade, e de alguns problemas de saúde, decidiu ajudar de casa mesmo.
Começava assim o bazar em 2010. No início, com peças doadas pela família e amigos.
De real em real, o dinheiro vai se multiplicando e vira ajuda, principalmente, cadeira de rodas para o Hospital do câncer.
Cadeiras de rodas, muletas, bengala, após o uso, são devolvidas e serão doadas novamente.
Tudo anotado pela dona Maria de Lourdes.
Ao longo desses 13 anos, a dona Maria de Lourdes perdeu as contas de quantas cadeiras de rodas foram compradas e doadas. Com comprovante e nota, são mais de 240. Os filhos gostariam que ela descansasse mais e parasse de trabalhar. Mas quem para a dona Maria de Lourdes?
“A gente pede pra ela diminuir o ritmo, mas ela é uma pessoa muito objetiva que está sempre ajudando as pessoas, colaborando. Não tem jeito” conta Edson Ridão, filho de dona Maria.
Para ela, é uma realização.
“Eu queria poder fazer mais” conta, sorrindo, dona Maria.
Fábio Maneiro, diretor de marketing do Hospital do Câncer, ressalta a importância das ações de dona Maria de Lourdes para o Hospital: “nós ficamos muito encantados com essa luta em prol de mais de 40 mil pacientes que ela nem conhece e não imagina o bem que está fazendo a cada paciente”.
O Hospital está precisando de mais voluntários como a dona Maria de Lourdes.
Segundo Fábio, o número de cadeira de rodas, atualmente, é insuficiente para atender todos os pacientes.