Durante live semanal, o prefeito Marcelo Belinati reafirmou que Londrina ainda vive o pior momento da pandemia, mas sinalizou uma leve melhora. A superintendente do Hospital Universitário, Viviane Feijó discorda.
“Londrina tem uma taxa R0 de 1.2, e já é sabido que um R0 acima de 1 denota uma doença em aceleração no município. Ou seja, temos muitos casos positivos e suspeitos de Covid-19”, afirmou Viviane.
A situação que já estava difícil, ficou ainda mais crítica no fim de semana. No último domingo (20), duas ambulâncias do Samu ficaram mais de uma hora do lado de fora do hospital e com paciente dentro. O HU não tinha condições de fazer o atendimento.
“Existe uma questão estrutural de cama, de maca, de bico de oxigênio e de recursos de respirador e de pessoas que possam acolher e garantir o mínimo de dignidade que a população merece. Então, quando chega um caso de uma ocupação acima de 120%, que é o que estamos vivendo, esses espaços e esses equipamentos já estão absorvidos”, explica a superintendente.
Segundo ela, a situação está muito acima do limite. No domingo, eram 60 pacientes no pronto-socorro à espera de uma vaga de uti. 41 intubados. Após uma reorganização interna, nessa segunda, eram 44 na fila pela terapia intensiva e 32 intubados. O que não era sinal, necessariamente, de melhora.
“O que aconteceu é que distribuímos os graves em unidades assistenciais que não deveriam receber esses pacientes, mas nós improvisamos, represa quatro pacientes no centro cirúrgico, realocamos pacientes em enfermaria e, infelizmente, rodou alguns leitos, extubamos alguns pacientes e isso propiciou acomodar esses doentes represados para que não houvesse desassistência”, disse Viviane.