Ciência e saúde

Alguns pais têm medo de reação à vacina nos filhos; médica defende imunização

18 jan 2022 às 19:07

Em Londrina, muitos pais têm receio de vacinar os filhos contra a Covid-19, mesmo as crianças estando entre a faixa etária contemplada com o imunizante. Uma das preocupações elencadas é que as vacinas seriam experimentais.

A médica pediatra infectologista Jaqueline Copabiango esclarece que os imunizantes são usados em adultos desde dezembro do ano passado e também já passaram pela fase de testes em crianças, com milhões delas vacinadas no mundo, sem efeitos adversos graves.

Paula Bove tem três filhos com faixa etária para receber a vacina, o Daniel de 3 anos, o Davi com 6 e a Heloisa, com 14 anos e paralisia cerebral. Segundo ela, nenhum será imunizado.

“Os três não vão ser cobaias da vacina. Não é coisa da minha cabeça, tá? Eu tenho estudado desde quando a vacina se iniciou e os dados mostram que a vacina pode causar mal”, disse Paula.

A Anvisa só aprovou o uso pediátrico após uma extensa análise de documentação. A dose infantil é diferente da usada em adultos e inclusive ganha uma embalagem diferenciada para evitar qualquer troca.

“Não tem cobaia, não tem como usar esse tipo de explicação. Os ensaios clínicos passam por várias fases, e na fase de comercialização, já passou por todas as fases anteriores de teste. Só chegam a população após passarem por estudos”, explicou a médica.

Paula faz parte de uma parcela de famílias que optaram por não vacina os filhos. Para a pediatra, a desconfiança seria fruto da desinformação causada pela disseminação de notícias falsas.

Especialistas defendem que os benefícios da vacina são maiores do que os riscos. “Qualquer vacina tem risco de reação adversa, mas é infinitamente menor do que o risco da doença a qual o imunizante propõe proteger”, afirmou a médica.

Embora a Covid-19 seja mais grave em adultos, dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 2 mil crianças morreram da doença desde o início da pandemia. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o vírus matou mais crianças nesse período do que outras doenças infecciosas.

“A vacina vai protege-los de doença grave, de internação e de risco de óbito. A vacina é segura, é indicada e procurem logo a UBS assim que a vacina estiver disponível para faixa etária do seu filho”, defendeu a médica.