O Ambulatório Municipal de Reabilitação para sequelas pós-covid-19, implantado pela Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, no dia 17 de maio, já agendou 62 pacientes nos primeiros 34 dias da implantação, os quais somaram 189 consultas de retorno para tratamento de reabilitação.
O objetivo do Serviço Especializado de Fisioterapia é atender casos graves e moderados, os quais necessitam de reabilitação o mais breve possível. No local os pacientes fazem fisioterapia focada na reabilitação funcional, com o objetivo de que alcancem independência e autonomia. O trabalho envolve técnicas respiratórias, motoras, com treinamento para ganho de força muscular, alongamentos e condicionamento aeróbico. Além de reabilitação vestibular (para pacientes com vertigem), técnicas de analgesia (para dor), e auriculoterapia, que é uma das Práticas Interativas e Complementares (PIC’s).
Dos 62 pacientes encaminhados para reabilitação, 64,6% são do sexo feminino e 35,4% do masculino, e a maioria dos pacientes que frequentam o ambulatório precisou de internação para tratamento da Covid. Dos sintomas persistentes, após a doença, foram detectadas, principalmente, as seguintes desordens: neurológicas (perda de olfato, paladar, alteração de memória, dor de cabeça); respiratórias (tosse, cansaço, falta de ar; congestão nasal); musculoesqueléticas (dores do corpo); psicológicas (desânimo, ansiedade, pânico, medo, irritabilidade).
De acordo com a fisioterapeuta e coordenadora do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), Kátia Santos de Oliveira, dos quadros atendidos, as sequelas variaram de casos leves a graves predominando a dispneia (falta de ar), fadiga e dores no corpo (principalmente dor lombar). Sobre as alterações motoras, há pacientes com fraqueza muscular extrema devido à intubação, com desenvolvimento de polineuropatia, e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Também há pessoas com alterações sensoriais, como hipoestesia (diminuição de sensibilidade) e dor, além de queixas emocionais, como pânico/medo e ansiedade. “Estes casos foram encaminhadas para acompanhamento psicológico nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Além disso, a partir desta semana, está sendo ofertado, no ambulatório, tratamento complementar com auriculoterapia. Já tivemos pacientes que receberam alta da fisioterapia e estão dando continuidade no processo de reabilitação com os profissionais de Educação Física do ambulatório e outros que já receberam alta no tratamento completo”, contou.
O atendimento ocorre no prédio da Policlínica, que fica na Rua Brasil, 1.032. É possível atender até 20 pacientes por dia, sendo 10 no período da manhã e 10 à tarde. Prestam atendimento, às sequelas da síndrome crônica pós-covid-19, oito fisioterapeutas e três profissionais de Educação Física. Para ter acesso a este serviço, é necessário passar por avaliação do fisioterapeuta ou profissional de Educação Física nas UBSs que estão disponíveis para atendimento geral à população.
Dentre os equipamentos disponíveis no ambulatório estão: esteira e bicicletas ergométricas, escada de canto, espaldar, bolas (bobath), caneleiras, halteres, além de recursos de eletroterapia como TENS e ultrassom.