A Prefeitura de Londrina enviou uma carta de apelo ao presidente Jair Bolsonaro, ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e ao governador Ratinho Júnior, pedindo soluções para a crise enfrentada pelos hospitais por conta da alta demanda de medicamentos e insumos para o tratamento dos casos de coronavírus.
No documento enviado na última sexta-feira (19), o Município confirma os riscos de interrupção nos atendimentos não só de pacientes com Covid-19, mas também com prejuízos no atendimento de todo o sistema de Urgência e Emergência e na realização de procedimentos cirúrgicos de urgência.
“No atual momento em que a demanda de medicamentos e insumos cresce exponencialmente em todo país, visualizamos gravíssimos riscos de interrupção no atendimento por falta de insumos necessários. Os medicamentos classificados como pré-anestésicos, bloqueadores neuromusculares e sedativos, os quais são utilizados nos procedimentos de intubação orotraqueal - IOT, estão em vias de esgotamento”, afirma na carta de apelo.
A Prefeitura ainda relata que enfrenta dificuldade de mercado para aquisição dos medicamentos e insumos. “Todos os hospitais locais e regionais possuem vínculo contratual com empresas fornecedoras, porém, diante da explosão do consumo em nível estadual, regional e nacional, não há disponibilidade no mercado para atendimento nos níveis atuais. As entregas tem sido cada vez mais espaçadas e em menor volume, mesmo diante do avassalador crescimento da demanda.”
O Município de Londrina solicita aos destinatários da carta de apelo a “verificação imediata da necessidade de importação dos itens em volumes compatíveis com a demanda nacional e os faça chegar até os hospitais e unidades de atendimento” e alerta que as empresas consultadas confirmam que a produção nacional não é suficiente para atender a demanda nas próximas semanas.
“A ausência de solução imediata para a presente demanda poderá implicar em graves prejuízos à saúde da população, com potencial de multiplicar as mortes e instalar uma situação de desatendimento aos pacientes”, ressalta.
Na terça-feira (23), o gabinete do presidente Jair Bolsonaro confirmou o recebimento da carta e informou que “o referido documento foi encaminhado ao Ministério da Saúde, bem como à Secretaria de Governo e à Casa Civil da Presidência da República”.