Ciência e saúde

Covid: “Os hospitais não têm mais pra onde crescer”, diz secretário de saúde

27 mai 2021 às 10:15

Londrina pode estar à beira de enfrentar a terceira onda da Covid-19. A informação do Secretário de Saúde, Felippe Machado, veio de uma reunião na Câmara de vereadores que discutiu as novas variantes da doença.

“O aumento do número de casos, de positividade, o que nos preocupa. É pra se ligar o sinal de alerta e fazer um apelo à população”, diz.

Ele aponta que a cidade atravessa um momento preocupante e não descarta a sobrecarga dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados com o aumento de casos da doença.

“O momento que estamos atravessando é novamente de bastante preocupação. Confesso que até me surpreendo um pouco com a mudança que tivemos no nosso cenário epidemiológico. Nós, via de regra, temos um intervalo um pouco maior entre uma onda e outra, foi assim entre a primeira e a segunda ondas em todos os lugares do mundo. Mas a segunda e a terceira, aqui no Brasil, estão muito próximas. Nosso sistema de saúde nem se recuperou 100% do que vivenciamos no final de janeiro”, afirmou.

Ainda segundo Machado, quanto mais o país se distancia de um controle adequado da pandemia, mais a população está suscetível ao surgimento de novas variantes do novo coronavírus. Além disso, há a impossibilidade de abertura de novos leitos por falta de pessoal e insumos.

“A população precisa entender a seriedade do momento. Em que pese os esforços para manter o sistema de saúde funcionando, nós temos uma capacidade máxima e um limite de atendimento que já está estrangulado. [...] Os hospitais não tem mais pra onde crescer, os profissionais de saúde estão exaustos com jornadas de trabalho extenuantes, de 12, 18, 24 horas. Há um risco de desabastecimento de medicamentos. [...] Chegamos no limite da estrutura hospitalar”.  

Durante a reunião, o secretário municipal de Saúde explicou que as variantes do vírus surgem a partir de mutações ocorridas como resultado da alta taxa de disseminação da doença. Felippe Machado indicou que tanto a variante de Manaus quanto a do Reino Unido circularam em Londrina, mas ainda não há registro da “B.1.617”, da Índia.

Segundo ele, ambas tornaram a doença mais agressiva e transmissível. “Verificamos que pessoas novas, sem comorbidades, com a saúde relativamente em dia, acabaram dependendo de suporte de Unidade de Terapia Intensiva”, disse.

Conforme o secretário de Saúde, a taxa de transmissão da covid-19 em Londrina, que já esteve em 0,86, alcançou 1,11 nesta terça-feira (25). “Todos os nossos serviços estão passando por um momento de bastante sobrecarga. E isso, destaco, não é só no SUS. […] Os hospitais estão neste momento sob um forte tensionamento”, afirmou.