A falta de medicamentos e insumos em todo o País tem obrigado hospitais a fazer um controle mais rigoroso dos estoques. O preço já subiu e o medo maior é o desabastecimento. As instituições também têm cobrado o governo federal para uma providência.
Estão em falta principalmente os produtos mais básicos: soros (de todos os tipos), dipirona e antibióticos. A escassez dos medicamentos é resultado de uma soma de fatores.
“O pós-covid é um motivo, a guerra da Ucrânia é outro, porque muitas indústrias são internacionais, e os índices inflacionários são impactantes. O governo federal deveria ter uma ótica mais focada nos hospitais, pois ainda temos atendimento da Covid-19 e por isso, entendemos que as autoridades deveriam se focar mais na estrutura dos hospitais”, afirma o presidente do Sinheslor, Lincon Magalhães.
E com a alta demanda e a oferta baixa, vem a alta dos preços. Um frasco de 500 ml de soro glicosado, por exemplo, custava R$ 2,94. O preço quase dobrou e foi para R$ 5,69. Por mês, o Hospital Evangélico em Londrina usa pelo menos 2.500 frascos. Uma ampola de dipirona era comprada por R$ 0,80 e agora custa o triplo: R$ 3,00. Em média, são utilizadas 17 mil unidades por mês.
Os remédios mais caros impactam na conta dos hospitais. No Evangélico, por exemplo, os gastos com remédios chegam a R$ 4 milhões mensais.
Para evitar o desabastecimento, o hospital faz o controle rigoroso do estoque, evitando desperdícios, e que faltem medicamentos para os pacientes. Em casos mais críticos, entra em contato com outros hospitais pedindo empréstimo.
“As equipes se organizam, mas existe o risco, principalmente com os soros, que quase não são encontrados no mercado”, ressalta Magalhães.
Rede municipal
Desde 2017, a Secretaria de Saúde tem feito compras programadas de medicamentos por meio de licitações e conta com o Consórcio Paraná Saúde, que faz compras para municípios, barateando os custos. No entanto, o município tem sentido a crise, que toma conta de todo o País, durante a realização das licitações, que têm sido desertas.
“Começamos a percebemos um aumento, que ainda não foi mensurado, de fracassos nas licitações e com isso não conseguimos comprar alguns medicamentos e por isso, houve a necessidade de reorganização no planejamento para as aquisições”, ressalta o secretário de Saúde, Felippe Machado.