Ciência e saúde

Huop alerta para sinais de violência no Dia de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

18 mai 2021 às 10:13

Em tempos de pandemia, sem aulas, crianças e adolescentes têm passado mais tempo em casa. O ambiente, que deveria ser seguro, ainda é palco de violência para muitos meninos e meninas. No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), faz um alerta sobre possíveis sinais, que levam à suspeita de violência sexual. “A família pode observar comportamentos diferentes, que não são comuns da criança, como exemplo se ela era extrovertida e começa a ficar mais introvertida, se ela está mais agressiva ou retraída que o normal. Algumas até mesmo regridem em atos como chupar o dedo, usar chupeta, entre outros comportamentos que não são comuns”, explica a médica pediatra do Huop, Caroline Sato.

Crianças e adolescentes suspeitos de abuso sexual são encaminhados pelos órgãos de proteção para atendimento no Huop, e ainda a equipe mantém o olhar atento à possíveis sinais de violência durante o internamento. “Algumas crianças podem apresentar resistência ao fazer o exame, já é possível observar no comportamento quando há algo errado. No exame físico é possível observar também os sinais de agressão”, ressalta a médica pediatra, Caroline.

Em casos em que a suspeita de abuso é desconfiada durante o internamento, a equipe aconselha os familiares quanto ao registro do boletim de ocorrência, para que o caso seja investigado. O Serviço Social também realiza o acolhimento e acompanhamento, para que haja o encaminhamento da situação aos órgãos de proteção da criança e adolescente, como o Conselho Tutelar e Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes “Nucria”. “Não realizamos o trabalho investigativo, mas temos todo o cuidado de encaminhar para o processo de investigação, para que essa vítima também tenha acesso ao suporte externo, que envolve acolhimento e proteção. É necessário avaliar com cautela toda situação para garantir o acolhimento necessário”, comenta a Assistente Social, Dalas Cristina Miglioranza.

De acordo com dados do Relatório de Análise Criminal do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE), 12 crianças e adolescentes são abusados por dia no Paraná. Os números chamam a atenção, e por isso, além da família, as equipes de atendimento também devem ficar atentos aos sinais. “É necessário ter esse olhar para o comportamento da criança e do acompanhante, para que seja identificado qualquer tipo de suspeita, que deve ser investigada. O objetivo é ter esse olhar voltado à proteção da criança e adolescente”, conclui Dalas.

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