O Brasil pode rebaixar a pandemia de covid-19 para a situação de endemia. O anúncio foi feito, na última quinta-feira (3), pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a situação sanitária do país favorece a mudança, o que poderia causar a flexibilização de medidas sanitárias, como o uso de máscaras. Para o secretário de saúde de Londrina, Felippe Machado, a declaração foi precipitada.
"O Ministério da Saúde tem se movimentado nesse sentido. Eu acho um pouco precipitado essa análise, uma vez que nós ainda estamos acompanhando uma transmissão comunitária do coronavírus a nível mundial. É evidente que todos têm esse anseio e vontade de que a pandemia acabe o quanto antes, mas para isso temos que nos pautar em dados científicos e epidemiológicos, são eles que vão nos dizer quando a pandemia vai realmente acabar", disse Machado.
O rebaixamento da covid-19 de pandemia para endemia ainda não tem data para ocorrer. É necessário que a redução de casos e óbitos seja sustentável. Nesse sentido, Machado relembra os dados epidemiológicos mundiais, que refletiu também em Londrina, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022.
"Se a gente fizer um resgate do cenário epidemiológico que nós tínhamos em dezembro, com pouquíssimos casos confirmados, até ficamos alguns dias sem confirmações de casos na cidade, para o que aconteceu em janeiro, são situações opostas. Tudo isso em um curto intervalo de tempo, coisa de 10, 15 dias o cenário mudou de modo que em fevereiro atingimos o maior número de casos absolutos de toda a pandemia. Isso mostra que a gente tem que tomar cuidado e ter cautela nessas análises", afirmou o secretário.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a ampliação da vacinação no Brasil e no mundo pode acelerar a mudança. O secretário Felippe Machado concorda que a imunização é realmente fundamental para o fim da pandemia.
"Espero que essa tendência de queda se mantenha, mas é importante destacar a necessidade e relevância da vacina nesse processo. Ainda há muitas crianças e adolescentes que não foram vacinados, ainda há um número grande de pessoas que não completaram o esquema vacinal e, invariavelmente, o fim da pandemia passa pela vacinação. Quanto mais pessoas vacinadas, mais vamos ter anticorpos de forma comunitária e coletiva" garantiu Machado.