Ciência e saúde

"Se não tomarmos os cuidados, não adianta decisão judicial", aponta chefe da 17ª

30 abr 2020 às 09:40

A diretora da 17ª regional de Saúde de Londrina, Maria Lúcia Lopes, preferiu ficar em cima do muro sobre a abertura do comércio nesse momento após a polêmica judicial entre Prefeitura e ministério Público. Ela aponta que há opiniões divergentes entre pesquisadores sobre o novo coronavírus e o isolamento social.

“Há um grupo que diz que precisa segurar as pessoas, o maior tempo que você conseguir, principalmente agora, que estamos entrando no inverno, e deve-se fechar o comércio e deve-se tentar segurar essa aglomeração e contaminação das pessoas o maior tempo possível”, explica. “Mas segundo outra corrente, é preciso ir abrindo gradativamente pra que as pessoas se contaminem gradativamente, pra que elas adoeçam de maneira gradativa, também. Isso pra que os serviços de saúde possam dar respostas”, mostra o outro lado.

Ela aponta que se houver uma contaminação rápida, cerca de 90% das pessoas doentes podem passar por isso sem grandes problemas. “Na área da 17ª Regional, se 10% apresentarem problemas, estamos falando de uma população de cerca de 10 mil pessoas. Dessas, ao menos metade pode precisar de UTI, o que representa, ao menos 5 mil pessoas. Nós não temos esse número de leitos, se todos ficarem doentes ao mesmo tempo”.

Ela lembra que foi isso que aconteceu e acontece em locais como Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, por exemplo.

“O que houve em alguns lugares, as pessoa saíram, se contaminaram e adoeceram toda as mesmo tempo. E aí o serviço de saúde não consegue dar resposta e a gente vê aquelas cenas de guerra”, aponta.

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