Ciência e saúde

Toledo continua na Bandeira Preta

16 jun 2021 às 14:49

Apesar de registrar uma leve tendência de melhora no número de novos casos de Covid-19, Toledo continua com uma situação crítica na área da saúde. Os serviços de urgência e emergência da rede pública e privada permanecem lotados e os profissionais desses serviços cada vez mais exaustos. 

O assunto foi tema da reunião do Centro de Operações Emergenciais (COE) na manhã desta terça-feira (15). Na ocasião foi divulgado a análise da Semana Epidemiológica SE23/2021, entre os dias 06 e 12 de junho de 2021. A Matriz de Risco utilizada confirmou a manutenção de Toledo na Bandeira Preta, ou seja, risco extremo de contaminação para a Covid-19. 

 A análise leva em conta a comparação com as duas semanas anteriores. Todos os seis indicadores usados para demonstrar a evolução do cenário pandêmico apresentaram uma situação muito ruim. Desde a taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria adulto por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG),  previsão de esgotamento de leitos de UTI, variação do número de óbitos, variação do número de casos de SRAG, até a taxa de positividade. 

 Cenário da Semana SE23/2021

Foram registrados 711 novos casos de Covid-19 e 15 óbitos em decorrência da doença no período entre os dias 06 e 12 de junho. Os principais sintomas apresentados pelos casos suspeitos nesse período foram tosse, cefaleia, dor de garganta e mialgia. 

 A taxa de letalidade em Toledo é de 1,50%. Esse coeficiente avalia o número de pessoas que evoluíram para óbito em relação àqueles que tiveram o diagnóstico de Covid-10 no município.  

 A 20ª Regional de Saúde ocupa hoje a terceira posição no estado em número de casos a cada 100 mil habitantes (incidência), com 11.974. Apesar disto, ocupamos a 13ª posição no quesito mortalidade. Segundo hipóteses levantadas entre médicos do COE essa diferença no “ranking” entre número de casos e óbitos, pode indicar que a qualidade no tratamento dos pacientes em Toledo é maior e também existe um número maior de testes, ou seja, uma cobertura melhor no diagnóstico dos casos. 

 “É possível que seja a soma de todos os esforços dos mais diversos setores em diagnosticar cedo e dar total atenção quando o sistema não está colapsado, pois o objetivo do cuidado é evitar o óbito”, analisou um médico da Secretaria de Saúde. 

 Os serviços de urgência e emergência estão operando em constante lotação. Os profissionais de saúde, que sempre se apresentam muito dispostos e atenciosos, começam com uma frequência cada vez maior a apresentar sinais de exaustão. A dificuldade dos gestores, tanto do setor público, quanto da rede privada, vai além de equipamentos e medicamentos. Cada vez mais é difícil fechar escalas de médicos e outros profissionais necessários para dar o melhor atendimento às demandas da população.

 Com isso, a dificuldade em conseguir uma vaga hospitalar é recorrente. Na Macrorregião, até a data desta segunda-feira (14), existia uma demanda reprimida de 201 leitos hospitalares. São 125 pacientes aguardando um leito de UTI e 76 aguardando um leito de enfermaria. 

 De acordo com o Boletim Epidemiológico, até as 17h desta segunda-feira (14) eram 1334 pacientes ativos em Toledo. Por se tratar de um vírus que é transmitido por vias aéreas, a velocidade de transmissão acaba sendo exponencial. Isso significa que facilmente teremos a multiplicação do número de pessoas contaminadas. 

 A Secretaria de Saúde reorganizou os serviços de atendimento e remanejou profissionais de unidades sentinela e de unidades básicas para reforçar os trabalhos no Pronto Atendimento Municipal (PAM).

 Informações da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (HOESP), antigo Hospital Bom Jesus, dão conta que a média de idade dos pacientes internados na ala Covid baixou nitidamente nos últimos três meses. 

 É unânime entre os profissionais de saúde que essa queda na idade média das pessoas que necessitam de atendimento hospitalar é reflexo das vacinas. Em Toledo, mais de 41 mil pessoas já foram vacinadas com a primeira dose. 

 Alerta

Os profissionais de saúde alertam para a necessidade de reforçar os cuidados e as medidas preventivas da Covid-19. O número de casos ativos na cidade e na região ainda é alto e não há vagas no sistema hospitalar. O uso de máscara, álcool 70% e o distanciamento social ainda são fatores primordiais. 

Assessoria