A insuficiência respiratória aguda está entre os principais problemas apresentados por pessoas com sintomas graves da covid-19. Para melhorar o quadro de saúde dos pacientes, o Hospital do Câncer Uopeccan de Umuarama, que é referência no tratamento de casos suspeitos e confirmados da covid-19, utiliza o uso da ventilação não invasiva com pressão positiva (VNI).
No mês passado a Uopeccan de Umuarama começou o teste – até o momento mais de 10 pacientes – com as máscaras que foram doadas pelo Motirõ. De acordo com a fisioterapeuta Ana Luiza Rezende Nabhan, antes de fazer o uso da VNI, o paciente é avaliado conforme o protocolo estipulado pela instituição juntamente com a equipe médica.
Durante o processo de introdução da máscara é avaliado os sintomas, sinais de fadiga respiratória e feito a análise dos exames de imagem (RX e Tomografia do Tórax), somente depois dos resultados é possível identificar se será necessário a utilização ou não da VNI. “A contribuição foi muito grande, visto que conseguimos atender um número ainda maior de pacientes com a máscara. Mesmo que o hospital já havia feito um investimento em equipamentos e máscaras, sempre precisamos desses insumos para atender a grande demanda de atendimentos, ajudando assim na complementação do nosso trabalho”, destaca a fisioterapeuta.
A ventilação não-invasiva, mais conhecida como VNI, consiste em um método para ajudar na respiração de uma pessoa, através de aparelhos que não são introduzidos no sistema respiratório, como é o caso da intubação que precisa de ventilação mecânica. Este método funciona facilitando a entrada de oxigênio pelas vias aéreas com a pressão de ar, que é aplicada com auxílio de uma máscara, que pode ser facial ou nasal.
Segundo a fisioterapeuta, a vantagem dessa máscara em relação aos equipamentos tradicionais é que ela filtra todo o ar respirado pelo paciente, gerando menos risco de transmissão do vírus para os profissionais de saúde e assim é possível usá-la sem que o paciente precise estar em isolamento. “Essa técnica melhora as trocas gasosas, facilitando a respiração através de uma pressão que exerce na abertura das vias aéreas e ajudando nos movimentos de inspiração e expiração. Por se tratar de um método não invasivo, oferece menos risco de infecção, não requer sedação e permite que a pessoa fale, se movimente e tussa durante o uso da máscara”.
As máscaras são adaptadas com peças criadas por impressão 3D. Com essa adaptação funcionam como máscara CPAP, ou seja, com pressão positiva sobre o pulmão impedindo que os alvéolos pulmonares se fechem. O suporte melhora os níveis de oxigenação e diminui o desconforto respiratório, evitando, dessa forma, a necessidade de intubação.