Cotidiano

Advocacia Criminal: entenda a discussão sobre o Sistema de Justiça

08 ago 2025 às 19:26

Entender o fenômeno do crime é um desafio que exige olhar atento por diferentes perspectivas, especialmente a da defesa e do papel exercido pelos advogados no sistema de justiça. Em entrevista ao professor Fabrício Carraro, no podcast “Heróis e Vilões”, o advogado criminalista Geovanei Leal Bandeira abordou o tema sob a ótica da advocacia, trazendo reflexões profundas sobre a justiça criminal, o sistema carcerário e os direitos fundamentais.


Segundo Geovanei, a atuação do advogado criminalista carrega grande responsabilidade, sobretudo ao lidar com a defesa de inocentes. Nesses casos, não basta apenas contestar a acusação: muitas vezes, é necessário produzir ativamente provas que sustentem a verdade dos fatos. “A responsabilidade de defender um inocente é absurda e exige um processo minucioso de produção de provas e entendimento do caso”, afirma.


Bandeira critica o que chama de “excesso de pretensão punitiva” no sistema penal brasileiro e destaca erros graves que ainda ocorrem, como os reconhecimentos equivocados, falhas que podem levar inocentes à prisão. Para ele, a principal garantia do cidadão está no respeito à legalidade: “É a forma que determina se aquilo pode ser justo ou não.”


O advogado menciona casos em que, mesmo diante de provas claras de inocência, como registros de geolocalização, o Ministério Público insiste em recorrer, o que evidencia uma cultura punitivista muitas vezes descolada do princípio da justiça. Outro ponto abordado na entrevista foi a imagem distorcida que parte da sociedade tem do advogado criminalista, frequentemente confundido com o criminoso que defende. “Na verdade, o advogado defende a lei, os direitos humanos e as garantias fundamentais. Ele é um agente social”, explica.


Bandeira faz um alerta sobre o perigo de discursos desumanizantes, como o popular "bandido bom é bandido morto". “O grande problema da nossa sociedade é a relativização da humanidade do outro. Para que haja um processo verdadeiramente justo, é preciso considerar diferentes fatores”, conclui.


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