Economia

Copom decide nesta quarta se mantém Taxa Selic em 15% ao ano

05 nov 2025 às 10:00

Com a inflação desacelerando, mas com preços da energia ainda pressionados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (4) a penúltima reunião do ano, com expectativa de manutenção da Selic em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos.


Atualmente, a Selic está no maior patamar desde 2006, quando atingiu 15,25% ao ano. Desde setembro de 2023, o Copom promoveu sete elevações consecutivas, mantendo a taxa inalterada nas últimas reuniões, de julho e setembro. A decisão oficial será anunciada no início da noite desta quarta-feira.


De acordo com a ata da reunião anterior, a Selic deve ser mantida por tempo prolongado, diante de um cenário global incerto e do impacto das tarifas dos Estados Unidos sobre os preços de mercado. No plano interno, os custos de energia seguem pressionando a inflação, apesar da desaceleração econômica.

O boletim Focus indica que a taxa deve permanecer em 15% até o fim de 2025 ou início de 2026, com divergências apenas quanto ao início da redução dos juros.

Inflação

A prévia da inflação oficial (IPCA-15) registrou alta de 0,18% em outubro, acumulando 4,94% em 12 meses. O preço dos alimentos caiu pelo quinto mês consecutivo, e o IPCA cheio será divulgado em 11 de novembro. A projeção de inflação para 2025 caiu para 4,55%, ainda acima do teto da meta contínua, de 4,5%.

Política Monetária

A Selic é a taxa básica de juros usada nas negociações de títulos públicos e referência para crédito e investimentos. Quando aumentada, freia o consumo e ajuda a controlar a inflação, mas encarece o crédito e reduz o crescimento econômico. Já a redução da Selic estimula a produção e o consumo, com risco de elevar a inflação.


O Copom, que se reúne a cada 45 dias, analisa o cenário econômico e financeiro global antes de definir a taxa de juros.

Meta Contínua

Desde janeiro de 2025, o Brasil adota o sistema de meta contínua de inflação, com alvo de 3% e tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — entre 1,5% e 4,5%. A inflação é medida mês a mês, sempre considerando o acumulado em 12 meses.


No último Relatório de Política Monetária, o Banco Central projetou o IPCA em 4,8% para 2025, previsão que pode ser revista conforme a variação do dólar e dos preços internacionais.