Jeferson Souza, Market Intelligence Analyst, destacou em suas redes sociais, após o V Encontro Técnico da Fundação MT, que a alta do dólar pode gerar uma percepção inicial de benefícios para o agronegócio brasileiro, mas traz desafios significativos no longo prazo. Apesar de preços mais elevados para os produtos agrícolas parecerem atrativos, o impacto do dólar a R$ 6,00 sobre os custos de produção exige atenção redobrada.
O Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados na agricultura, além de depender de princípios ativos para defensivos, majoritariamente produzidos na Ásia. Com o câmbio elevado, esses insumos ficam mais caros, aumentando os custos operacionais. Além disso, a valorização do dólar gera efeitos indiretos, como a pressão inflacionária, que encarece outros bens e serviços essenciais ao setor e à economia nacional.
Jeferson exemplificou o impacto dessa dinâmica no cultivo de milho. Nos últimos nove anos, os fertilizantes representaram cerca de 28% do custo total da produção. Apesar de as relações de troca estarem favoráveis neste momento, especialmente para o milho e a soja da safra 2025/26, sinais de alta já aparecem, com o cloreto de potássio (KCl) começando a encarecer. Isso reforça a importância de observar cuidadosamente os custos ao longo do ciclo de produção.
Outro ponto crucial é o descasamento de moedas entre a compra de insumos e a venda da produção. Com a volatilidade cambial crescente, muitos produtores podem enfrentar dificuldades para equilibrar essas operações. Jeferson recomenda um planejamento estratégico rigoroso como medida essencial para enfrentar os riscos e manter a sustentabilidade econômica no cenário atual.