O mercado financeiro brasileiro enfrentou forte turbulência nesta sexta-feira (10), com o dólar comercial disparando 2,38% e fechando vendido a R$ 5,503, superando a barreira de R$ 5,50 pela primeira vez desde agosto. A cotação chegou à máxima de R$ 5,51, acumulando alta de 3,13% na semana, refletindo pressões externas e preocupações domésticas. No mercado de ações, o Ibovespa recuou pelo segundo dia consecutivo, fechando aos 140.680 pontos, queda de 0,73%, acumulando perda de quase 4% em outubro, no menor nível desde o início de setembro.
A principal força por trás da desvalorização do Real – que teve o pior desempenho entre moedas emergentes – foi a escalada da guerra comercial entre EUA e China. O presidente Donald Trump anunciou nova tarifa de 100% sobre produtos chineses, provocando pânico global e queda das bolsas americanas, com investidores buscando ativos seguros como ouro e títulos do Tesouro. Além disso, o petróleo Brent recuou mais de 4%, atingindo o menor nível em cinco meses.
No cenário doméstico, a turbulência se somou a preocupações fiscais para 2026. A recente derrubada da Medida Provisória que aumentaria a tributação de investimentos abriu um rombo de R$ 17 bilhões nas contas do governo para o próximo ano. A incerteza sobre compensação dessa perda, em ano eleitoral, pressionou ainda mais o Real, acentuando a fuga de capitais e consolidando o dólar elevado no fechamento da semana.