Economia

Dólar tem leve alta com preocupações com lado fiscal brasileiro

20 dez 2017 às 18:20

O dólar encerrou o pregão desta quarta-feira, 20, com leve alta, na contramão do movimento da moeda no cenário internacional. Parte da explicação é que hoje era o último dia para as empresas fazerem remessas de lucros e dividendos para o exterior antes do recesso de fim de ano - já que a liquidação ocorre em dois dias úteis. É por isso, inclusive, que o giro da sessão foi relativamente alto, de US$ 2,421 bilhões. "Se alguém deixou para depois, vai pagar mais caro", afirma Alessandro Faganello, operador da Advanced Corretora.

O dólar à vista fechou com alta de 0,12%, a R$ 3,2962. Na máxima, atingiu R$ 3,3001 (+0,24%) e, na mínima, R$ 3,2821 (-0,31%).

A valorização do dólar também se deveu a preocupações com o lado fiscal brasileiro, especialmente depois que o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse, por volta das 17h, que o governo não tem "plano B" para substituir as medidas que não foram aprovadas pelo Congresso Nacional ou foram suspensas pelo Supremo Tribunal Federal. "O que temos (no radar) é a possibilidade de redução de despesas, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal", afirmou, reconhecendo que haverá corte de despesas no início de 2018. "Isso mostra que a conta não está fechando, o que preocupa o mercado", diz Faganello.

A preocupação é tão grande que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, antecipou para o fim desta tarde a reunião, por teleconferência, com representantes das três principais agências de rating para discutir a nota de crédito brasileira. Na pauta, está o adiamento da reforma da Previdência e os impactos disso para as contas públicas.

A expectativa, segundo José Carlos Amado, operador de câmbio da Spinelli, é que, nos próximos dias, haja uma redução na volatilidade do mercado, com o dólar oscilando em uma banda mais comportada. O motivo é a redução de eventos no radar dos investidores e a queda no volume de negócios com a proximidade das festas de fim de ano.

Em tempo: mais cedo, o Banco Central vendeu integralmente o último lote de contratos de swap cambial tradicional. A operação, no valor de US$ 540 milhões, foi realizada para rolagem de contratos que vencem em 2 de janeiro.