O mercado mostrou um aumento nos lançamentos e nas vendas de imóveis em maio, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em dados de 20 empresas que fazem parte da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Os números abrangem unidades residenciais, comerciais e lotes.
A pesquisa mostrou que os lançamentos totalizaram 5.827 unidades em maio, um salto de 3,1% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O crescimento no mês foi puxado pela oferta de novos empreendimentos imobiliários enquadrados no Minha Casa Minha Vida (MCMV), que totalizaram 4.820 unidades, uma alta de 62,3%. Já os lançamentos de imóveis de médio e alto padrão chegaram a 1.007 unidades no mês, queda de 61,1%.
Nos cinco primeiros meses do ano, os lançamentos totalizaram 21.316 unidades, baixa de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o mercado registrou o lançamento de 69.713 unidades, avanço de 2,1%.
Vendas
As vendas de imóveis somaram 9.581 unidades em maio, crescimento de 12,8% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
As vendas também foram puxadas pelos imóveis enquadrados no MCMV. Neste segmento, as vendas atingiram 4.439 unidades, avanço de 28,3%. No segmento de médio e alto padrão, foram vendidas 2.683 unidades, baixa de 11,2%. As demais vendas se referem a salas comerciais e lotes.
Nos primeiros cinco meses do ano, foram vendidos 39.970 imóveis, expansão de 1,3% frente ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o mercado registrou 103.584 vendas, queda de 1,7% em comparação com o período anterior.
O presidente da Abrainc, Luiz Antônio França, avalia que o aumento nos lançamentos e nas vendas é positivo, embora seja marcado por um desequilíbrio do mercado.
De um lado, o segmento voltado para imóveis de média e alta renda segue abalado pela falta de crédito barato, forte incidência de distratos e baixa confiança dos consumidores, que sofrem com desemprego elevado e insegurança sobre a renda. "Isso leva à postergação da decisão de compra dos imóveis", disse.
Já o segmento enquadrado no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) permanece favorecido pela oferta de financiamentos com taxas reduzidas, oriundo de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, os compradores deste segmento vivem em moradias de familiares, ou pagam aluguel ou estão em locais precários, o que mantém aquecida a demanda por uma casa própria. "A demanda continua aquecida por se tratar de uma necessidade", pondera França.
Distratos
Os cancelamentos de vendas (distratos) em abril somaram 3.130 unidades, queda de 14,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. No ano, as rescisões alcançaram 14.963 unidades, baixa de 18,7%. Já no últimos 12 meses, as rescisões totalizaram 40.797 unidades, retração de 13,2%.
O mercado chegou ao fim de abril com um estoque de 119.404 imóveis novos à venda (na planta, em obras e recém-construídos), aumento de 4% em um ano.