O ano de 2017 pode até ter sido marcado como o melhor da história no quesito produção agrícola, não só nos Campos Gerais, mas em todo o país, com o registro da ‘supersafra’. Porém, foi marcado também por um incremento na produção de leite no município de Castro, na casa de dois dígitos, atingindo quase 13% de crescimento. Em números, a produção subiu para 288 milhões de litros. Os detalhes da produção foram revelados através do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), divulgado recentemente pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), através de levantamentos feitos pelos núcleos regionais do Departamento de Economia Rural (Deral).
Com esse incremento, Castro consolida sua posição na liderança da produção nacional de leite – e até por isso foi reconhecida oficialmente, no ano passado, como a ‘Capital Nacional do Leite’. No ano passado, o município já tinha aparecido na liderança, quando foram retirados 255 milhões de litros. No quesito valor da produção, houve um crescimento, porém menor, de 9,32%. Isso representa que o preço de comercialização do leite caiu em relação a 2016. Se, em 2016, o valor obtido com a venda somou R$ 318,7 milhões, enquanto que no ano passado chegou a R$ 348,4 milhões.
Entre os 27 municípios dos Campos Gerais, o VBP mostra que a produção agrícola foi a principal atividade, especialmente com a soja, o produto que mais gerou riquezas no campo para 19 cidades. Com a pecuária, apenas duas cidades apareceram na ponta, justamente com o leite. Uma é Castro e a outra Carambeí. Neste município vizinho a produção leiteira também registrou um incremento, ainda maior que Castro, de 19%. Os 141 milhões de litros passaram para 168 milhões de litros. Em valor, o crescimento foi de 15,3%, ao subir de R$ 176,2 milhões para R$ 203,28 milhões.
Outros municípios dos Campos Gerais também tem a pecuária leiteira com destaque – embora não como a principal atividade. Entre esses municípios estão Arapoti, sede da Capal, onde a produção de leite é a segunda principal atividade, que gerou R$ 95,3 milhões em riquezas, pela produção de 78,8 milhões de litros, atrás apenas da soja (R$ 130,9 milhões). Em Palmeira é a terceira principal atividade, ao gerar um valor bruto de R$ 82,2 milhões pela produção de 68 milhões de litros. Na frente dessa atividade estão a fumicultura, que rendeu R$ 106,5 milhões e a produção de soja, com R$ 194,3 milhões.
Produção de fumo e silvicultura também lideram produção em cidades da região
Onde a soja não é líder de produção e o leite também não aparece na primeira colocação, o fumo predomina. São João do Triunfo é o município paranaense que mais produz fumo, um dos maiores produtores do país. Esse cultivo rendeu R$ 213 milhões em riquezas para a cidade, valor que é mais de dez vezes maior que rendeu a produção de soja R$ R$ 19,6 milhões. O fumo também é o principal cultivo em Ipiranga (R$ 89,9 milhões), Imbituva (R$ 85,9 milhões) e em Guamiranga (R$ 69,9 milhões). Em Imbaú e em Telêmaco Borba predominam a Silvicultura, que é a produção madeireira, como principal gerador de riquezas do agronegócio.
Paraná é destaque nacional
No Paraná, a produção de leite respondeu por 7% do VBP, com um faturamento de R$ 5,7 bilhões, cerca de 4% inferior ao ano anterior quando foi registrado faturamento bruto de R$ 5,91 bilhões para o setor. Segundo o economista do Deral, Marcelo da Silva Gomes, a queda na produção de leite ocorreu em função do aumento nos custos de produção ocorrido em 2016, quando muitos produtores reduziram seus rebanhos ou até saíram da atividade. Porém o Paraná se destaca no cenário nacional da produção de leite, colocando-se entre os três estados que mais produzem leite no País. Aqui, os produtores utilizam tecnologia de ponta que resulta em altos índices de produtividade, com regiões chegando a 30/40 litros de leite por vaca/dia, disse o economista.
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