Economia

Previdência privada: quando começar a investir?

15 dez 2020 às 09:59

Hoje em dia, muitos querem ter uma aposentadoria tranquila, mas ainda são poucos os que se programam para isso. Segundo levantamento realizado no início de 2020 pela Universidade de Oxford, mais de 53,9% dos brasileiros não têm nenhum tipo de proteção de renda, seja previdência privada ou seguro de vida.

De acordo com Márcia Silva, gerente de investimentos na Sicredi Vale do Piquiri Abcd PR/SP, previdência ainda é um tabu para os brasileiros, porém cada vez mais pessoas apostam nessa segurança. "Ela ajuda na recomposição da renda após a aposentadoria, além de ser um investimento que pode gerar ganhos nos próximos anos", explica.

A especialista orienta que começar a investir cedo em previdência é um passo importante. “Não existe idade certa para começar. Quanto antes comprometer um valor da renda mensal com as parcelas da previdência, melhores são os ganhos”. 

Existem dois tipos de previdência que diferem entre si pelos modelos de tribulação. O PGBL é indicado para quem faz a declaração do imposto de renda pelo formulário completo e contribui para a Previdência Social. Com ele, é possível deduzir da base de cálculo do IR as contribuições feitas ao plano de previdência complementar até o limite de 12% da renda bruta anual. Já o VGBL não há dedução na declaração do imposto anual, é destinado para aqueles que utilizam o formulário simplificado do IR ou não têm renda a declarar. 

Em relação ao tipo de tributação, há o plano regressivo ou progressivo. “No regressivo, as alíquotas cobradas começam em 35% e vão caindo ao longo do tempo, chegando a menor alíquota de 10%. No progressivo, em caso de resgate, é cobrado imposto de renda antecipado na fonte com alíquota fixa de 15%. A diferença (12,5%) será ajustada na declaração anual do ano seguinte. É vantajoso para investimentos de longo prazo”, explica a gerente.

Outra dica importante é ficar de olho no indexador. “Você receberá o valor aplicado acrescido na rentabilidade de acordo com o mercado e com o índice escolhido na contratação do plano, que pode ser, por exemplo, o IPCA, CDI, SELIC ou IBOV. O indexador e a frequência dos aumentos devem constar no regulamento e na cláusula de atualização monetária”.

Neste final de ano, investir uma parte do 13º na previdência pode trazer vantagens para quem pensa a longo prazo. “Muitos já estão programando como gastar o benefício. Quitar as dívidas e investir, neste momento, são as melhores opções. Além de benefícios fiscais, a pessoa que destinar seu dinheiro para um plano de previdência, pode ter dedução na declaração do imposto de renda”.  

Exemplos

Aplicação mensal de R$ 300,00
Saída: 65 anos
Média de rentabilidade: 5% a.a.

Lembrando que a média de rentabilidade pode variar para mais ou para menos de acordo com a gestão da carteira. A troca de indexadores é imprescindível para que o planejamento esteja de acordo com as necessidades futuras.

Idade de início do planejamento:
18 anos                  
Tempo de contribuição: 47 anos
Valor na saída aos 65 anos: R$ 655.795,38

25 anos
Tempo de contribuição: 40 anos
Valor de saída aos 65 anos: R$ 444.757,41

30 anos
Tempo de contribuição: 35 anos
Valor de saída aos 65 anos: R$ 332.538,91

35 anos
Tempo de contribuição: 30 anos
Valor de saída aos 65 anos: R$ 244.612,78

40 anos
Tempo de contribuição: 25 anos
Valor de saída aos 65 anos: R$ 175.720,36