O presidente Michel Temer (MDB) cobrou nesta quarta-feira, 14, em discurso no simpósio "Abertura da Safra de Cana 2018/19", em Ribeirão Preto (SP), redução nos juros do crédito imobiliário. O recado foi dado ao presidente do Santander no Brasil, Sergio Rial. Minutos antes, no mesmo evento, Rial afirmou que o "País já convive com taxa de 1% ao mês no (crédito) consignado e de 9,49% (ao ano) de crédito imobiliário". Temer citou a fala, lembrou da queda na taxa básica de juros, e emendou: "Peço para você reduzir um pouco mais", disse, arrancando risos da plateia e do próprio Rial.
No restante do pronunciamento, Temer retomou o discurso de exaltar realizações nos quase dois anos do seu governo. Começou elogiando os ministros, em especial Fernando Coelho Filho, das Minas e Energia. "Tive sorte na escolha do meu ministério, quando montei a equipe econômica, quando escolhi os ministros, em todos os setores, deram certo. Mas confesso que uma das minhas maiores alegrias foi nomear Fernando Filho".
Em seguida, o presidente reafirmou que seu governo "fez reformas que foram pensadas, mas jamais executadas", citando como exemplo a reforma trabalhista. "Uma das marcas do nosso governo é a palavra diálogo." Temer voltou também a citar a renegociação das dívidas de Estados e municípios e lembrou o socorro recente de mais R$ 2 bilhões para prefeitos quitarem dívidas, além dos débitos previdenciários. "A União não pode ser forte sozinha e só será forte se forem fortes Estados e municípios."
O presidente se mostrou otimista com projetos e negociações ainda travadas no governo. Falando ao presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, prometeu "logo, logo" solucionar o projeto Rota 2030. Temer disse também que o acordo comercial União Europeia-Mercosul está quase finalizado e que europeus teriam aceitado um período de transição "menor, em cinco anos", para o seu início. "Em um mês, um mês e meio, devemos fechar acordo."
Temer criticou a oposição, classificada de "feroz" por ele, e afirmou, sem citar nomes ou partidos, que "querem impedir que o Brasil cresça e paralisar o País". No evento em que o presidente assinou a regulamentação da Nova Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), ele afirmou que o programa é um "novo capítulo e uma ampla agência de modernização" para o setor de renováveis.