Esportes

Ana Paula Vergutz e Vagner Souta retornam das Olimpíadas de Paris

15 ago 2024 às 19:25

É, bateu aquela saudade... Quem ficou mal acostumado em acompanhar os Jogos Olímpicos de Paris, com esforço hercúleo para ver competições de esportes diferentes que ocorriam de maneira simultânea, está sentindo falta. Até porque, agora, Olimpíadas de novo só em 2028, nos Jogos de Los Angeles. Os Jogos de Paris foram concluídos no último domingo e muitos atletas, que representaram o nosso país na capital francesa, já estão de volta. Aliás, muitos deles já voltam os olhares para a próxima edição dos Jogos daqui a quatro anos.

E a pergunta: será que os canoístas do Clube de Regatas Cascavel, Ana Paula Vergutz e Vagner Souta, estarão na próxima edição das Olimpíadas? A torcida dos amantes da canoagem é para que ambos estejam em Los Angeles. Porém agora, os dois querem aproveitar um curto período de folga e o tempo que terão com os familiares, tempo que foi sacrificado antes das Olimpíadas de Paris, já que o foco total dos dois foi a preparação para os Jogos. Os dois representantes de Cascavel retornaram para casa na última terça-feira. Foi uma chegada sem alarde, diferente de outras situações. O motivo dessa chegada silenciosa não foi a ausência das medalhas. Mas sim o clima de comoção e de luto em Cascavel por conta da queda do acidente aéreo que ocorreu em Vinhedo enquanto os dois estavam em Paris.

Essa chegada sem a recepção mais festiva foi um pedido dos próprios atletas. Mesmo assim, eles tiveram uma recepção calorosa dos familiares. Até porque, a saudade dos dois era gigantesca.

Mas e aí: será que eles vão para Los Angeles? Em Paris, Vagner Souta ampliou o seu currículo como atleta olímpico. Ele participou de sua terceira Olimpíada. Antes disso, remou no Rio de Janeiro, em 2016, e em Tóquio, em 2021. Agora, ele remou na prova do K1 1000m, dificílima e de grande concorrência. Vagner fez um bom trabalho. Passou pela primeira eliminatória e caiu na fase de quartas de final. Logo após a prova, Vagner não foi bem específico se iniciaria um novo ciclo olímpico. Porém, agora, de volta a Cascavel, depois de rever a esposa e a filha, Vagner foi taxativo e afirmou que fará grandes esforços para que esteja em sua quarta Olimpíada. “Então, agora a gente voltou para casa e vou ficar um pouco com a minha família. Na semana que vem vamos voltar com os treinamentos. Até porque, no início do próximo mês temos uma competição nacional de novo, o Campeonato Brasileiro de Canoagem que vai ser em Lagoa Santa, Minas Gerais. Depois do Brasileiro, a gente vai ter mais um tempinho em casa. E aí vamos pensar para o próximo ciclo olímpico de novo. A meta é tentar ir novamente para os Jogos, disputar uma Olimpíada pela quarta vez”, disse ele. 



Ana Paula

Quem é atleta sabe que a prática esportiva, independente da modalidade, é um saudável vício. Faltou muito pouco para Ana Paula Vergutz enfrentar o frio dos últimos dias e colocar o barco na água do Lago Municipal de Cascavel, mesmo tendo acabado de ter disputado a sua segunda Olimpíada. Mas semana que vem, ela deixa de lado o agasalho verde e amarelo da Seleção Brasileira de canoagem que usou em Paris e reassume as cores verde e branca do CRC visando o Brasileiro.

Ana Paula foi uma pioneira na canoagem velocidade. Ela foi a primeira mulher a remar para o Brasil numa Olimpíada. Ela remou no Rio de Janeiro em 2016. A cascavelense pleiteou a presença em Tóquio, mas voltou a conquistar uma vaga olímpica esse ano para Paris. Se estará em Los Angeles, o tempo dirá. Mas por hora, o foco de Ana Paula é se manter próxima da família. E a Olimpíada de Paris pode ter sido a última dela. Pode. Isso porque, o tal vício de atleta pode fazer Ana Paula mudar de ideia ao longo dos próximos quatro anos. “Não dá para parar. Em setembro temos o Brasileiro e a gente precisa representar muito bem o clube e a cidade. No meu caso é um pouco diferente. Ainda estou decidindo como vai ser, mas talvez essa tenha sido a minha última Olimpíada. Eu fiquei um ano fora de casa e temos que colocar na balança, ver como é que fica, ver se vale a pena. Claro que o sonho é sempre estar representando o nosso país. Mas as vezes temos que raciocinar bem e colocar a cabeça em ordem. Por isso que esse período de férias é muito bom. Temos o Brasileiro e depois a gente coloca as coisas em ordem. Eu fiquei um ano longe de casa. Deixei marido e família e ficou essa distância. É bem complicado”, relatou a atleta. Em Paris, Ana Paula Vergutz remou a prova do K1 500m. Ela passou pelas primeiras eliminatórias e garantiu presença nas semifinais.

Além de currículo olímpico, Ana Paula Vergutz e Vagner Souta foram medalhistas da canoagem brasileira nos Jogos Pan-Americanos.