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Bia Ferreira quase parou de lutar, mas está invicta há 2 anos

25 jul 2024 às 09:21

A boxeadora Bia Ferreira chega para a Olimpíada de 2024 em ótima fase: não perde há mais de dois anos e é uma das principais esperanças de ouro para o Brasil. Mas ela teve que lutar muito, dentro e fora do ringue, para chegar até esse momento.


Bia teve um incentivo fundamental para virar boxeadora: o pai dela, Raimundo "Sergipe", foi bicampeão brasileiro de boxe na década de 1990. Por isso ela lutava desde a infância, inclusive contra homens, em uma academia criada por "Sergipe".  


Mas isso não deixou as coisas simples: Bia teve que trabalhar a partir dos 15 anos, como professora de boxe para ajudar a família. Ela só foi estrear profissionalmente aos 21 anos, no Campeonato Brasileiro de Boxe de 2014, com vitória.


E foi nessa época que Bia quase desistiu de lutar: ela recebeu uma suspensão de dois anos da AIBA (Associação Internacional do Boxe Amador) porque tinha feito uma luta de MMA também - e o regulamento da entidade previa a "exclusividade" dos competidores no boxe.


Bia ficou sem chance de ir para a Olimpíada de 2016 e, como teve um começo de carreira atrasado, desanimou. Pensou em parar e migrar para outra modalidade.  


Mas logo ela mudou de ideia, disputou torneios menores de boxe e se destacou. Tanto que fez parte do projeto Vivência Olímpica em 2016. Nos anos seguintes, após a suspensão, Bia começou a empilhar vitórias e títulos. Até que se classificou para a Olimpíada de Tóquio, onde conquistou medalha de prata.




Invencibilidade e "pedra no sapato"



Em Tóquio, Bia só perdeu a final, contra a irlandesa Kellie Harrington, uma verdadeira "pedra no sapato" da brasileira. Ela estará novamente na Olimpíada de Paris, mas não parece tão favorita quanto em 2021.


Bia vive uma sequência excelente: a última derrota foi contra Rashida Ellis, em maio de 2022, na final do Mundial de boxe. Essa americana não está na Olimpíada de Paris.


Bia fez 20 lutas depois daquela derrota. Conquistou medalhas de ouro no Mundial de 2023 e nos Jogos Pan-Americanos. Se não aparecer mais nenhuma "pedra no sapato", deve conquistar o ouro para o Brasil em Paris.