A chegada do projetista Adrian Newey à Aston Martin em 2025 colocou a equipe em um novo patamar na Fórmula 1. Com um currículo repleto de títulos, Newey é a aposta do time de Lawrence Stroll para passar a brigar por vitórias e campeonatos a partir de 2026.
A expectativa alta, no entanto, vem em um momento de baixa do time britânico. Passadas as oito primeiras etapas da temporada, a Aston Martin tem apenas 14 pontos, somados por Lance Stroll nas duas primeiras provas do ano – o canadense foi sexto no GP da Austrália e nono no GP da China.
Fernando Alonso ainda não pontuou e admitiu um dilema na equipe. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (29) antes do GP da Espanha, o bicampeão afirmou que a prioridade da equipe já é o carro de 2026, mas que o modelo de 2025 ainda precisa buscar melhores resultados.
“Acho que o foco está em 2026. Mas para estarmos confiantes em 2026, temos que ter uma boa fase também em 2025, e você precisa levar algumas peças para a pista que façam o carro mais rápido em 2025. E acho que isso nos dará alguma confiança na equipe também, em Silverstone (sede da equipe), e também em nossas ferramentas para assegurarmos que tudo que estamos desenvolvendo para 2026 faça sentido”, disse.
“Acho que há um pouco de trabalho ainda em 2025, mas o foco principal ou nossas esperanças estão em 2026. Entendemos a situação. Entendemos onde estamos em 2025 e que tudo que levarmos à pista terá uma mudança mínima em termos de posição, de ordem de chegada. Acho que o maior passo a respeito só acontecerá em 2026, onde estão nossas esperanças.”
Durante o GP de Mônaco do último fim de semana, Adrian Newey afirmou à imprensa que um dos primeiros problemas que diagnosticou na Aston Martin foi a defasagem do simulador, que não estaria tão sincronizado com o carro real – uma questão que poderia levar até dois anos para se resolver. Mas Alonso não se preocupa, indicando que o problema já é conhecido dentro da equipe e que não é exclusivo.
“Acho que todos os simuladores terão algum tipo de problema de correlação. Não acho que uma equipe tenha um simulador perfeito, no qual você possa confiar 100%, porque o carro de verdade na pista é muito dinâmico e muda sempre, curva a curva, sessão a sessão”, disse o experiente espanhol.
“Não há duas voltas idênticas em um fim de semana, por causa do vendo, da temperatura, do tráfego à frente, essas coisas. Quando você tenta replicar isso no simulador, em um ambiente consistente e perfeito, é muito diferente. Mas acho que vai levar menos de dois anos para arrumarmos nosso simulador. Não é uma novidade. Talvez tenha sido a primeira vez que Adrian disse na entrevista em Mônaco. Mas tenham certeza de que os pilotos já mencionaram isso algumas vezes”, acrescentou.
Barcelona fica na F1?
O GP da Espanha de 2025 será a última edição da prova disputada no Circuito de Barcelona, palco da prova desde 1991 – a partir de 2026, a corrida acontecerá no Madring, novo circuito de rua de Madri.
O circuito catalão ainda tem contrato com a F1 para 2026 e poderá receber outra prova. Mas para Fernando Alonso, o local tem condições de permanecer no calendário também a partir de 2027.
“Bem, não acho que perderemos Barcelona. Então, essa é minha opinião e meu desejo também. Acho bom ter novos locais. É bom ter os novos países também para onde a Fórmula 1 foi na última década. Mas, ao mesmo tempo, precisamos manter alguns circuitos tradicionais onde a história da Fórmula 1 foi escrita e feita”, afirmou Alonso, que é embaixador do Circuito de Barcelona.
“Acho que a Fórmula 1 e Barcelona estão muito ligadas. Testamos aqui há décadas. Acho que todas as equipes escolhem Barcelona quando precisam escolher uma pista de teste. Voltamos aqui no ano que vem, no inverno, porque temos novos regulamentos, novos carros e, novamente, mais uma vez, as equipes escolheram Barcelona porque, de certa forma, é uma pista da Fórmula 1. E acho que o circuito passou por algumas mudanças para se adequar aos padrões da Fórmula 1. Nos últimos dois ou três anos, todas as instalações do paddock, as arquibancadas, tudo atingiu um novo patamar”, acrescentou o piloto da Aston Martin, indo além.
“Barcelona está aqui há duas ou três décadas, e continuará aqui pelos próximos 10, 20, 30, 40 anos. E alguns das sedes estarão apenas momentaneamente no calendário e depois provavelmente desaparecerão novamente. Portanto, não podemos perder Barcelona.”