Um estudo do CIES (Centro Internacional de Estudos Esportivos), divulgado nesta semana, cita três clubes brasileiros entre os 20 que mais lucraram com negociações no mundo, desde 2015: Athletico, Palmeiras e Fluminense. Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa que gerencia a carreira de diversos atletas brasileiros, entende que os clubes não chegaram a esse patamar por acaso.
O primeiro entre eles é o Athletico, na 16ª posição da lista, com 200 milhões de euros (R$ 1,2 bi) de lucro. "Os paranaenses, além de seguirem na vanguarda da preparação física de seus jovens, conseguem um saldo antes impensável para um clube relevante no Brasil por não investirem em atletas renomados como os mais populares do sudeste. É de austeridade e frieza na formação dos seus elencos, não cedendo a apelo da imprensa e torcida por nomes de impacto", afirma Thiago.
O Palmeiras vem na sequência, na 18ª posição, com 194 milhões de euros. Thiago diz que o Verdão roubou o lugar de um rival: "O Palmeiras tomou o lugar que por décadas décadas foi do São Paulo, de referência nacional para todos os formadores na iniciação esportiva. Hoje, de Rondônia a Caxias do Sul, em qualquer escolinha, o que seus treinadores querem e nos pedem é para 'colocar um jogador no Palmeiras'. Além disso, é dos poucos clubes brasileiros que tem um trabalho estruturado e integrado para aceleração da promoção dos jovens diferenciados, que já começa antes mesmo de assinarem seu contrato de formação".
O Fluminense aparece na 20ª posição, com 186 milhões de euros de lucro. Também é um trabalho de base que merece destaque: "O Fluminense segue com uma combinação interessante, e que concilia as demandas dos torcedores, por resultados imediatos com veteranos que chegam sem pagamento de multas rescisórias, com uma captação que, por mais de uma década prioriza, especialmente entre avançados. Uma ótima combinação de força e agilidade, que rendeu transferências relevantes".
O Benfica, de Portugal, e o Ajax, da Holanda, lideram o topo da lista, com 816 milhões de euros (R$ 5 bi) e 473 milhões de euros (2,9 bi), respectivamente. Os times portugueses, aliás, contam com mais três clubes no Top-10: Sporting (345 mi de euros), Porto (296 mi de euros) e Braga (279 mi de euros).
"Os que dirigem os principais clubes portugueses são conscientes de que mais do que competir com os doze, quinze principais clubes europeus, precisam oferecer um serviço a eles, que é o de formar e adaptar a Europa jovens, e rentabilizar a transferências desses. É o que garante para esses principais clubes portugueses o suficiente para seguirem ao menos dominantes e absolutos no seu país, ainda que com pretensões cada vez menores na principal competição europeia", conclui Thiago.