O promotor Cassio Conserino solicitou a abertura de inquérito policial para investigar possível crime de lavagem de dinheiro envolvendo Áurea Ramacciotti, amiga do ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez. A medida foi tomada nesta sexta-feira (26), após entrevista concedida por Áurea ao site ge, sobre compras realizadas com o cartão corporativo do clube.
Ela afirmou que se ofereceu para ajudar Andrés a mobiliar um apartamento e que teria usado o cartão do Corinthians por engano. "Os dois cartões dele eram pretos com o nome dele. Ele não viu e eu também não prestei atenção. Só isso", disse.
Segundo a denúncia, há duas compras feitas com o cartão corporativo cujas notas fiscais estão em nome de Áurea, somando mais de R$ 12 mil. Os valores constam na segunda denúncia apresentada por Conserino contra Andrés Sanchez e o ex-gerente financeiro Roberto Gaviole, protocolada em 19 de dezembro, por lavagem de dinheiro e crimes tributários.
A defesa de Andrés, comandada por Fernando José da Costa, declarou "perplexidade diante da nova denúncia" e reafirmou "que demonstrará a inocência" do ex-dirigente.
Uma das compras, registrada em 8 de agosto de 2020, inclui móveis entregues em um endereço residencial na Vila Hamburguesa, no valor de R$ 7.105,89. Outra, feita em uma loja de eletrodomésticos em 17 de agosto do mesmo ano, totaliza R$ 5.184,27.
"A ausência de nota fiscal, quer seja em seu nome, quer seja em nome do SCCP, mas em nome de terceiro não caracteriza mera apropriação indébita; mas, sim, lavagem de dinheiro à medida em que o documento fiscal serviu para dissimular a origem e propriedade dos valores empregados para as tais aquisições ou, caso fosse pessoa fictícia, para ocultar o verdadeiro destinatário do bem", afirma a denúncia.
No pedido de inquérito, Conserino também questiona a justificativa apresentada e pede apuração sobre eventual uso do cartão corporativo em nome de Áurea em outras ocasiões.
Com Estadão Conteúdo