Festa no sul da Itália! Jogando em casa, o Napoli fez sua parte, bateu o Caglari nesta sexta-feira (23) por 2x0 com gols de McTominay e Lukaku e venceu pela quarta vez na história o Campeonato Italiano. A briga pelo Scudetto estava entre os napolitanos e a Inter de Milão, que venceu o Como fora de casa também por 2x0. Os campeões chegaram à rodada final com 79 pontos, um acima da equipe nerazzurri e precisavam da vitória para garantir o título.
Além da conquista desta sexta-feira e de dois anos atrás, o Napoli também ergueu o troféu do Campeonato Italiano em 1986/87 e na inesquecível campanha de 1989/90 quando contava com o astro Maradona e os brasileiros Alemão e Careca. Agora, o clube do Sul se une a Juventus, Inter e Milan como os únicos a conquistarem o torneio em um intervalo de três temporadas.
A conquista representa uma reviravolta para os sulistas, que na última temporada terminou o campeonato na 10ª posição. A chegada de Antonio Conte trouxe estabilidade e uma filosofia de jogo que devolveu ao time a competitividade necessária para alcançar novamente o topo do futebol italiano.
Ela também é um prêmio para quem liderou por 20 rodadas e sofreu um baque ao perder seu ídolo, quando o georgiano Kvaratskhelia optou por aceitar oferta do Paris Saint-Germain na janela do meio da temporada.
Os autores dos gols no duelo desta sexta, o escocês Scott McTominay e o belga Romelu Lukaku, foram peças fundamentais na campanha vitoriosa dos Partenopei. O primeiro foi escolhido como o melhor jogador do campeonato, enquanto o segundo sai como o sexto maior goleador do torneio, com 13 gols, e líder de assistências, com 10.
O jogo no lotado e eufórico estádio Diego Armando Maradona começou com o Cagliari, sem pretensões no Italiano, se arriscando ao ataque e empilhando escanteios bem cortados pela defesa local. A postura rapidamente virou.
O Napoli não se assustou e tomou as rédeas da partida. E começou a dar trabalho ao goleiro reserva Alen Sherri, que trabalhou com perfeição para parar as finalizações de Gilmour e Raspadori. A apresentação napolitana sugeria que o primeiro gol não demoraria
No momento de grande pressão, aos 20 minutos das partidas, veio a mudança de liderança. Çalhanoglu cobrou escanteio para a área e o zagueiro De Vrij abriu o marcador, de cabeça, colocando a Inter de Milão com 81 pontos e na frente na disputa direta, contra 80 dos napolitanos. Os torcedores do Napoli, então, aumentaram o som, para evitar uma pressão desnecessária.
Lukaku podia trazer a tranquilidade das arquibancadas pouco depois, mas novamente o goleiro do Cagliari apareceu para impedir a festa. Problemas técnicos com o sistema da arbitragem fez o jogo ficar parado por cinco minutos e irritou os jogadores
Em contrapartida, a Inter via o Como crescer em seus domínios. Os visitantes apenas administravam a posse, mas o time local queria o empate e Smolcic obrigou grande defesa de Sommer. O susto fez os comandados de Simone Inzaghi acelerarem e Taremi desperdiçou a chance de ampliar.
A volta da taça para o Napoli veio ainda na primeira etapa. O grito de gol saiu em pintura de McTominay. Cruzamento de Politano aos 41 e o escocês acertou lindo voleio para "explodir" Napoli. O 12º gol do camisa 8 na temporada transformou as tensas arquibancadas em linda festa, com muito foguetório e cantoria.
As duas partidas foram para o intervalo com os candidatos ao título ganhando por 1 a 0. O Napoli na frente em jogo duro diante de paredão defensivo, enquanto a Inter tinha a missão facilitada após expulsão do veterano goleiro Pepe Reina, do Como
A conquista napolitana ficou mais perto logo aos cinco minutos da etapa final. Lukaku, herói da conquista da Inter na edição de 2020/21, passou por dois marcadores, deu uma caneta no colombiano Mina, ex-Palmeiras, e fez um golaço de pé esquerdo. Celebrou com os companheiros e depois, ajoelhado, ergueu os braços aos céus. No mesmo momento, a equipe de Milão celebrava seu segundo gol diante do Como, com Correa.
Com seu estádio lotado, o Napoli disponibilizou telões para os torcedores que não conseguiram ingresso e a festança era linda também do lado de fora do Diego Armando Maradona com muitos rojões.
Antonio Conte, nas tribunas, suspenso, viu o auxiliar Cristian Stellini resolver dar um toque verde e amarelo no Napoli com a entrada de David Neres, revelação do São Paulo. Restando 30 minutos, a ideia era segurar a bola na frente para evitar surpresas. E o brasileiro quase ampliou ao receber de Lukaku, cara a cara, e parar em novo milagre do goleiro.
O tempo passava de pressa, a Inter apenas segurava seu resultado fora de casa no outro jogo enquanto o Napoli não dava brechas e sequer evitava que o Cagliari chegasse perto do gol de Meret, trabalhando apenas para cortar cruzamentos.
Restando sete minutos, o cântico de campeão das arquibancadas já contagiava os jogadores no banco de reservas, que vibravam no embalo da torcida. As bandeiras tremulavam e Stellini já descansava seus principais heróis. Lukaku, Raspadori, Politano, Spinazolla e Anguissa foram trocados e apenas aguardavam o apito final.
Após cinco minutos de acréscimos, a comemoração veio com invasão dos jogadores e comissão técnica apenas, diferentemente de 2023, quando os tifosis quiseram celebrar lado a lado com seus ídolos e dominaram o gramado.