O futebol se despediu de uma das grandes lendas do esporte nesta segunda-feira (7). Foi anunciada a morte, aos 73 anos, do meia holandês Johan Neeskens.
Um dos símbolos da “Laranja Mecânica” de 1974, o armador entrou para a história não só pelo futebol dinâmico daquela equipe, mas também por ser até hoje dono de uma marca nas Copas do Mundo e ajudado na eliminação do Brasil naquele Mundial.
Gol e agressão contra o Brasil
A Holanda chegou à Copa de 74 como uma das grandes revoluções do futebol. A “Laranja Mecânica” mudou o esporte com a marcação avançada e falta de posições fixas dos jogadores. Para que a estratégia do técnico Rinus Michels desse certo, ele usou como base o seu Ajax, que tinha como craque Cruyff e Neeskens.
Já o Brasil sofria para repetir as boas atuações da Copa de 70. A Seleção de Zagallo até se classificou par a segunda fase da competição, mas na segunda colocação no seu grupo. Nesta etapa, a Seleção até venceu a Alemanha Oriental e a Argentina, mas precisava superar os holandeses para chegar à final.
Neeskens foi peça fundamental para que isso não ocorresse. O meia marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 contra o Brasil, em um belo voleio.
Já no fim da partida, ele sofreu uma das enteadas mais duras daquela edição da Copa. Neeskens avançava em velocidade pela intermediária quando foi atingido por um carrinho violento de Luís Pereira. O árbitro não pensou duas vezes e expulsou o zagueiro do Palmeiras.
Recorde na final
- Neeskens tem até hoje a marca do gol mais rápido da história de uma final de Copa do Mundo, também em 1974.
- Ele marcou de pênalti com apenas 90 segundos de jogo, após Cruyff ser derrubado dentro da área.
- Também ficou famoso o estilo de batida de Neeskens, que decidiu bater forte e no meio do gol, apostando que o goleiro tentaria adivinhar um canto.
- Apesar do gol-relâmpago, a Holanda acabou perdendo aquela final para a Alemanha Ocidental por 2 a 1.
Onde jogou Neeskens
- O meia foi revelado pelo pequeno RCH, da Holanda, em 1968.
- Ele virou meia no Ajax, equipe que defendeu entre 1970 e 1974, ajudando a criar o conceito de “futebol total”, em que os jogadores não tinha posição fixa no campo.
- Ele deixou a Holanda após a Copa para jogar no Barcelona, onde conquistou uma Recopa Europeia e uma Copa do Rei.
- Em 1979, ele foi jogar no New York Cosmos, dos EUA. Ele conquistou dois títulos na equipe norte-americana, onde jogou até a franquia decretar falência, em 1984.
- Neeskens ainda passou por clubes pequenos da Holanda e Suíça até se aposentar em 1991.