O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, criticou a postura da VaideBet no processo de rescisão de contrato com a equipe alvinegra.
Em entrevista para a Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (10), ele questionou o envolvimento da empresa no caso envolvimento de um “laranja” no contrato entre as duas partes.
“A própria VaideBet, quando sai do contrato, usa um subterfúgio que é muito estranho. Eles alegam com o intermediário tá sendo investigado, mas a própria VaideBet há 10 dias soltou uma nota na imprensa, não foi para nós, foi para a imprensa, dizendo que ela procurou esse intermediário para se aproximar do Corinthians”, afirmou Tuma.
O acordo previa o pagamento de R$ 30 milhões caso uma das partes rompesse o acordo, mas a cláusula anticorrupção isenta a VaideBet de pagar esse valor.
Segundo denúncia do blog do Juca Kfouri, no UOL, a Rede Social Media Design Ltda, que fez a intermediação do patrocínio da VaideBet com o Corinthians, repassou parte do valor recebido em comissão a uma empresa “laranja”, a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
“Desde o início de abril a marca acompanha e solicita esclarecimentos sobre as suspeitas levantadas, tendo já realizado reuniões, comunicações formais e notificação extrajudicial. Diante das explicações apresentadas sem nenhuma resolutividade, a VaideBet lamentavelmente se vê obrigada a tomar tal atitude”, afirmou a empresa na nota divulgada.
Tuma destacou que suspeitava da postura da empresa desde a coletiva de apresentação da parceria. No momento, o representante da empresa ficou apenas dez minutos na sala de imprensa do clube.
“O que me chamou atenção, talvez pela experiência de vida, eu fui policial a vida inteira, foi um patrocinador falar que vai pagar R$120 milhões por ano, o maior patrocínio da história do Brasil, e o indivíduo representante da empresa ficar dez minutos na coletiva e ir embora. Se eu sou o dono da empresa e tenho uma mídia espontânea, eu fico 32 horas falando com a imprensa”, afirmou o presidente do Conselho.
Além da investigação feita pela polícia Civil de São Paulo, o Conselho Deliberativo do Corinthians investiga o caso. Segundo Tuma, já se sabe que o contrato tinha o intermediário desde o início. A diretoria do clube chegou a afirmar que não havia esse tipo de pessoa durante as negociações.
Impeachment do presidente?
Tuma também comentou sobre a chance de Augusto Melo sofrer um processo de impeachment por causa da polêmica. Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, ele não vê até o momento elementos para a queda do dirigente, mas sabe que os pedidos fazem “parte do jogo”.
“Acho que não tem impeachment, vamos ter paciência. Não dá para falar em impeachment em quatro meses de gestão e sem provas", afirmou.
Apesar da defesa de Melo, Tuma não descartou uma ação mais enfática caso seja descoberto o envolvimento dele no caso do laranja.
O presidente do Conselho ainda afirmou que tenta convidar Alex Cassundé, protagonista da polêmica do laranja, para prestar depoimento no clube, mas não pode obrigá-lo, já que o intermediário do negócio com a VaideBet não é sócio do Corinthians.