Técnica do time brasileiro de judô na Olimpíada 2024, Sarah Menezes criticou as regras da modalidade nos Jogos Olímpicos na França.
Em entrevista exclusiva para a reportagem da Band, a campeã olímpica nos Jogos de Londres, em 2012, disse que até os árbitros ficam nervosos com as mudanças nas regras no judô.
“Com toda a sinceridade, quando as regras mudam muito, atrapalha. Eu prefiro regras mais claras. Elas até são claras, porém, na prática, é muito subjetivo. Os árbitros ficam nervosos também. É muito rápida a ação, é complicado, é um caso muito delicado. Deveria ter menos regras e deixar as pessoas lutarem mais”, disse Sarah Menezes.
Ela também afirmou que as diferenças nas regras atrapalham os atletas.
“Sem dúvidas [fica difícil para os atletas entenderem as regras]. Porque você pega na prática. Você tem que treinar, mas estudar as regras também. É um bicho de sete cabeças (risos)”, afirmou.
Primeira brasileira campeã olímpica como judoca e treinadora depois do ouro de Bia Souza em Paris, Sarah Menezes também fez um balanço da nova função. Para ela, comandar os atletas é mais difícil do que competir.
“É mais difícil como treinadora. Porque como atleta eu tinha uma facilidade grande para fazer uma leitura da luta, eu fazia sem pensar, era automático de tanto praticar, exercitar, acaba fluindo. Como treinadora, às vezes o atleta não enxerga os ‘mesmos óculos’ que eu. Então para entrar na cabeça deles não é fácil. O que eu passei a fazer? A praticar com eles, mostrar os pontos, toda hora provar qual era o caminho. Quando eu comecei a exercitar com eles, facilitou demais o processo”, disse Sarah Menezes.
