A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou nesta quinta-feira que o Tribunal Supremo de Justiça trata de impedir que se realize a perseguição penal das pessoas envolvidas nas supostas operações irregulares da construtora brasileira Odebrecht no país.
Ortega Díaz acusou o principal tribunal do país de proferir uma sentença para "impedir" que o Ministério Público possa exercer a perseguição penal das pessoas envolvidas no caso. Além disso, afirmou que a ação contra ela e a Procuradoria Geral "atenta" contra a independência dos Ministérios Públicos da região. Ela falou por telefone na Assembleia Geral Extraordinária da Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos (AIAMP), que ocorre em Buenos Aires.
O Tribunal Supremo abriu no mês passado processo contra a procuradora-geral, que tem enfrentado os governistas, após durante anos ser vista como ligada ao chavismo. A legislação venezuelana permite que a Procuradoria Geral cite alguém como implicado em um suposto crime, mas o Tribunal Supremo determinou que isso só deve ocorrer na presença de um juiz.
A procuradora convocou María Eugenia Baptista Díaz e Elita Zacarías Díaz a comparecer em 27 de julho ao Ministério Público, onde serão implicadas em delitos de corrupção no âmbito das investigações sobre contratos da Odebrecht. Baptista Díaz e Zacarías são a mulher e a sogra do ex-ministro de Transportes e Obras Públicas Haiman El Troudi, deputado do partido governista. Troudi qualificou o processo como uma "canalhada" e que "a justiça prevalecerá" no caso. Fonte: Associated Press.