Paraná

BR-277 segue interditada há cinco dias e impacto da paralisação atinge até o Paraguai

12 dez 2024 às 12:20

A interdição da BR-277, no trecho da Serra da Esperança, completa hoje cinco dias e continua afetando a logística de transporte no Paraná, no Brasil e até em países vizinhos como o Paraguai. Em mais uma reportagem da série "Bloqueio na Serra", nossa equipe detalha o que tem acontecido neste período de interrupção e como as autoridades estão lidando com a situação.


A interdição, que já é considerada a mais longa da história no local, é consequência de riscos de desmoronamentos na região. Para combater esses perigos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os bombeiros realizaram ontem um procedimento chamado "desmanche hidráulico", que consiste no uso de jatos de água de alta pressão para remover materiais soltos, como pedras e terra, que poderiam causar novos deslizamentos. A ação faz parte de uma decisão técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), tomada após reuniões com engenheiros, geólogos, técnicos do DNIT e a PRF, além do Corpo de Bombeiros, em um gabinete de crise montado para monitorar a situação.


Além disso, algumas barreiras de concreto que estavam próximas ao posto da PRF, usadas para separar o fluxo de tráfego, foram retiradas e transportadas para a Serra. O limite do tráfego foi determinado no posto da PRF, que fica a aproximadamente 13 quilômetros do início da descida da Serra. Apenas veículos de emergência estão autorizados a passar pelo trecho interditado.


Com o grande número de caminhões parados, o posto de combustíveis na região teve que comunicar aos motoristas que não era permitido estacionar em um dos poucos espaços disponíveis. O local passou a ser utilizado como um dos corredores de entrada e saída dos caminhões que aguardam a liberação da rodovia.


Ontem, o vice-governador Darci Piana esteve em Guarapuava para a inauguração de uma indústria de laticínios e, durante a coletiva de imprensa, foi questionado sobre a situação da Serra da Esperança. Ele destacou que as autoridades estão trabalhando para resolver a situação o mais rápido possível, mas sem fornecer muitos detalhes.


A assessoria da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina informou que as operações de exportação de grãos seguem dentro da normalidade, até o momento. No entanto, a assessoria do Terminal de Contêineres de Paranaguá, responsável pelo recebimento de caminhões com cargas como carnes, ainda não soube informar se a interdição tem afetado as operações no local. A situação também gerou incertezas quanto a possíveis multas em caso de atrasos nas entregas no porto.


A expectativa é que a situação seja resolvida em breve, mas os impactos da interdição da BR-277 já estão sendo sentidos em diversas áreas da economia local e nacional.