Nesta terça-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a Operação Simetria, com o objetivo de combater crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à gestão de contratos públicos de saúde. A ação foi realizada nas cidades de Curitiba e Piraquara, no Paraná, e em Sorocaba, São Paulo.
A investigação teve início com dados coletados nas Operações Sépsis e Ártemis, revelando indícios de que o Secretário de Saúde de Piraquara teria recebido pagamentos indevidos de empresas controladas pelo Diretor do INCS, organização social responsável pela gestão da UPA de Piraquara. Esses pagamentos foram destinados ao escritório de advocacia do Secretário, sem justificativa de serviços prestados, como forma de garantir a renovação do contrato da organização com o município.
Durante a operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão — um em Piraquara, um em Curitiba e um em Sorocaba. Além disso, o Secretário de Saúde foi afastado do cargo, e valores em contas bancárias e bens foram sequestrados. A ação mobilizou 16 policiais federais.
Os mandados buscaram recolher eletrônicos e documentos para comprovar os desvios e a ocultação de patrimônio, além de mapear as relações entre o Secretário de Saúde, o INCS e outras empresas ou pessoas físicas ligadas ao esquema. Caso as acusações sejam confirmadas, os envolvidos poderão ser processados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas podem resultar em condenações expressivas.
O nome “Simetria” foi escolhido em referência à similaridade do esquema investigado em Piraquara com práticas semelhantes já apuradas no estado de São Paulo, em que organizações sociais cometeram atos de corrupção para manter contratos com administrações municipais.