O programa do Governo do Estado do Paraná, chamado Ganhando o Mundo da Ciência, é uma nova vertente voltada para estudantes e professores do ensino superior, inspirada no modelo original criado em 2019 para alunos do Ensino Médio. Coordenado pela Fundação Araucária e pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o programa busca internacionalizar a ciência paranaense por meio de parcerias de intercâmbio acadêmico com instituições de países como Canadá, Japão, França, Holanda, Itália e Índia.
Ramiro Wahrhaftig destacou que o Paraná tem uma rede de pesquisadores muito consistente e robusta para os padrões brasileiros, e destacou que o jovem vai desenvolver uma pesquisa já iniciada aqui fora do Brasil.
Até o momento, o programa original já levou 1.240 adolescentes ao exterior e tem outros 2 mil com viagem garantida para este ano. A nova versão amplia o alcance para estudantes de graduação e pós-graduação, além de professores que atuam em iniciação científica ou pós-doutorado.
O primeiro grupo do Ganhando o Mundo da Ciência para o ensino superior viajou em abril para o Japão. Entre os participantes está Gabriel Luis Back, estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas na Unioeste, que dá continuidade à sua iniciação científica em entomologia, focada nos impactos dos insetos na produção agrícola.“Faz alguns anos que decidi que queria estudar fora. Não pensei que seria tão cedo, achei que seria no mestrado ou no doutorado, mas acabou dando certo.”
Também integra o grupo o professor Jackson Kawakami, do Departamento de Agronomia da Unicentro, que realiza estudos de pós-doutorado comparando o DNA de bactérias e fungos em cultivos orgânicos e convencionais de uva e feijão, culturas em que o Paraná se destaca nacionalmente. O professor Jackson afirmou que é fundamental o avanço da ciência, mas também ressaltou a importância do progresso ético, filosófico e cultural, destacando que essas experiências em ambientes diferentes agregam muito.
Para participar do programa, os interessados devem cumprir critérios estabelecidos em edital e diretrizes específicas de cada universidade parceira. Estudantes precisam estar regularmente matriculados em cursos de graduação ou pós-graduação, participar de projetos de pesquisa com orientação docente, apresentar bom desempenho acadêmico e comprovar proficiência no idioma do país de destino. Já os professores devem atuar como orientadores em projetos de iniciação científica ou desenvolver atividades de pós-doutorado.
O próximo grupo de acadêmicos paranaenses embarca para a França no fim de julho. Todas as despesas dos selecionados, incluindo passagem aérea, visto, seguro médico, auxílio-moradia e acomodação, são custeadas pelo Governo do Estado. Os estudantes também recebem ajuda de custo mensal durante o período da experiência internacional.
Larissa Akemi, estudante de Farmácia da Unioeste, destacou que todo esforço é recompensado pela experiência no exterior: “Estamos muito animados. Pela primeira vez, pude ver uma máquina que, aqui no Brasil, é muito cara. Ter a oportunidade de utilizá-la, assim como outros equipamentos no meu laboratório, é a maior felicidade e a maior conquista que eu poderia ter.”