As incertezas sobre o futuro das exportações brasileiras para os Estados Unidos, a partir do dia 1º de agosto, devido às tarifas de 50% sobre produtos do Brasil anunciadas pelo presidente Donald Trump, já interferem diretamente na rotina das agroindústrias nacionais.
Uma empresa com unidade em Jaguariaíva, atuante no setor de madeira industrializada para exportação, informou que irá conceder férias coletivas para cerca de 700 funcionários, divididos em duas turmas, como parte de um plano operacional de adequação produtiva diante do chamado "tarifaço" de Trump.
Segundo a empresa, a fábrica irá reduzir a produção, mas não haverá paralisação total das atividades. A companhia emprega cerca de 2.500 pessoas, sendo aproximadamente 1.200 em Jaguariaíva, 1.100 em Telêmaco Borba, 150 na área florestal e 50 em escritórios localizados em Curitiba e Porto Alegre.
O governo brasileiro busca uma solução diplomática para evitar as novas tarifas dos EUA, e o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com lideranças do setor produtivo — com destaque para produtores de laranja e carne bovina para exportação. A intenção é impedir que as tarifas entrem em vigor, embora o governo já prepare uma possível resposta comercial com base na lei de reciprocidade.
Por outro lado, o setor produtivo defende a manutenção do diálogo com os Estados Unidos sempre que possível, de forma a evitar retaliações comerciais precipitadas.