A solução de reconhecimento facial utilizada em cerca de 1,6 mil escolas do Paraná para a realização de chamadas em sala de aula também será implementada, agora, na United Lisbon International School, uma das principais instituições de ensino de Portugal. O Governo do Estado havia fechado em maio o acordo para a exportação da tecnologia.
O sistema, desenvolvido pela Celepar, ficou em teste durante três meses e foi aprovado pela direção da escola, que atende 700 alunos de cerca de 50 países – Lisboa é um dos principais destinos de imigrantes da Europa.
A solução chegou aos colégios da rede estadual do Paraná no início deste ano letivo. A primeira etapa foi o cadastro de fotos dos alunos pelo aplicativo Escola Paraná. Desde então, basta que o professor tire de uma a quatro fotos da turma para que o sistema reconheça os estudantes nas imagens e conceda a presença automaticamente. Tudo é feito por meio do aplicativo Escola Paraná Professores ou pelo Registro de Classe Online (acessado em um navegador de internet), também desenvolvidos pela Celepar.
“Desde que surgiu como projeto-piloto em 89 instituições, a solução foi aperfeiçoada e adequada às necessidades da escola. Agora, com a nossa tecnologia de reconhecimento facial sendo exportada a Portugal, vemos como a solução representa uma grande transformação tecnológica no dia a dia dos colégios do Paraná”, diz Gustavo Garbosa, presidente da Celepar.
A tecnologia possibilita que chamada seja feita em cerca de um minuto. No modo convencional, ela toma cerca de cinco minutos, aproximadamente 10% do tempo do professor em sala de aula.
Outra vantagem é que os pais podem ter certeza de que os estudantes estão na escola, uma vez que o sistema de reconhecimento facial está ligado ao Escola Paraná — aplicativo usado pelas famílias para acompanhar o desempenho escolar dos filhos.
PRIVACIDADE – No mercado internacional, a solução atende aos critérios de privacidade da União Europeia, um dos mais rígidos do mundo. Além disso, o sistema passou por todos os testes de diversidade étnica. Em outras soluções do mercado, os algoritmos tinham dificuldades para diferenciar traços das pessoas.
As fotos do cadastro biométrico e do registro da frequência não ficam armazenadas no dispositivo. As imagens são enviadas ao servidor da Celepar, criptografadas e não podem ser acessadas diretamente, somente via data center da Celepar, seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
CELEPAR – Com o fornecimento da tecnologia, o governo estadual dá um passo raro no setor de tecnologia pública. Em geral, essas companhias funcionam apenas como uma grande área de TI do Estado, desenvolvendo sistemas simples e fazendo manutenção de programas e equipamentos. No Paraná, por outro lado, a Celepar tem outra postura, mais semelhante à das empresas privadas em termos de inovação.
A empresa teve, em 2022, um faturamento de R$ 416,5 milhões, com crescimento de 20,76% em comparação a 2021 – o maior valor em dez anos.