A Secretaria da Segurança Pública do Paraná confirmou nesta quarta-feira (20) a identificação oficial das nove vítimas da explosão na fábrica Enaex Brasil, em Quatro Barras, ocorrida no dia 12 de agosto. O trabalho foi conduzido pela Polícia Científica e pela Polícia Civil, com uso de análises genéticas e papiloscópicas.
Trabalho conjunto das equipes
Segundo o secretário da Segurança Pública, coronel Hudson Leôncio Teixeira, o processo de identificação foi realizado com rigor técnico e respeito às famílias. “Todos os esforços foram concentrados para garantir uma identificação precisa e respeitosa, utilizando o que há de mais avançado em tecnologia e perícia”, afirmou.
Cerca de mil vestígios foram coletados no local e analisados por aproximadamente 80 profissionais da Polícia Científica, que atuaram em diferentes frentes: antropologia, separação de amostras biológicas e análises genéticas. Perfis de familiares também foram inseridos no sistema para agilizar o processo.
Padrões internacionais
A identificação seguiu o protocolo internacional Disaster Victim Identification (DVI), considerado referência em casos de múltiplas vítimas. De acordo com Leonel Letnar, chefe da Divisão Operacional da Polícia Científica, a integração das equipes possibilitou a conclusão em cerca de 10 dias, considerado um prazo rápido diante da complexidade.
Além da análise genética, a papiloscopia também foi essencial. A coleta necropapiloscópica permitiu comparar fragmentos com registros de impressões digitais, agilizando a confirmação de seis das vítimas.
Sem apoio externo
O trabalho foi realizado inteiramente por profissionais do Paraná, sem necessidade de apoio de equipes de outros estados. Para a papiloscopista Ana Libera Weber, o resultado mostra a capacidade técnica do Estado. “A coleta de impressões digitais em situações como essa exige tratamento especial. Graças à atuação integrada, conseguimos resultados seguros em pouco tempo”, explicou.
Investigações continuam
Além da identificação, as forças de segurança seguem empenhadas em esclarecer as causas da explosão. O inquérito está sob responsabilidade da Delegacia de Quatro Barras, com apoio da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e equipes da Polícia Científica.
Paralelamente, o governo do Estado mantém suporte psicológico e acompanhamento às famílias das vítimas, que já foram recebidas em reuniões de atualização sobre o andamento da apuração.