Após os pais de diversas crianças registrarem boletins de ocorrência contra uma agência de modelos que, supostamente, teria pedido dinheiro em troca de falsas promessas, o advogado da empresa se manifestou nesta terça-feira (30). A alegação dos pais é de que não houve retorno após a seleção, mas o advogado nega que a agência teria prometido trabalho imediato.
“Foi feita uma seleção na sexta, sábado e domingo passado, onde várias pessoas procuraram a nossa agência para fazer a seleção. A empresa desenvolve uma atividade de meio, ou seja, ela tem a função de pegar o agenciado, apresentar aos clientes e eles que dão a última palavra, se vão ser contratados ou não. A agência, em nenhum momento, garante emprego”, afirmou o advogado Alex Albanezi.
Sobre os valores pagos pelas famílias em Londrina, que variaram de R$ 4 mil a R$ 13 mil, o advogado justificou que seriam para custear o material produzido. “Os valores diferentes acontecem dependendo do serviço contratado, como quantidade de fotos, duração de campanha, agenciamento de Instagram, se tem ou não tem. Por isso o preço variado, não é o mesmo serviço para todos”, explicou Albanezi.
Segundo os pais, tudo começou com uma publicação patrocinada pela empresa dentro de uma rede social com a promessa de agenciar as crianças e lançá-las em campanhas de grandes marcas. Para o advogado, as famílias tiveram uma interpretação errada do que está firmado no contrato.
“Aliás, é a única clausula do contrato que está em negrito e grifada para que não houvesse dúvida. Nessa sessão realmente teve uma seletiva para uma campanha e alguns foram aprovados, inclusive receberam permuta de roupa ou desconto no agenciamento”, disse o advogado.
Em relação à falta de resposta por parte da agência nos dias que sucederam a seleção, o advogado garante que não teve nada a ver com um golpe. “Teve seletiva no final de semana, segunda-feira o pessoal retornou para São Paulo e terça-feira folgaram. Quando chegou a quarta-feira, fomos surpreendidos pela imprensa, não fomos nem notificados com nada. Hoje a gente veio aqui responder tudo isso e mostrar nossa idoneidade”, disse.
Após ouvir o advogado, a Polícia Civil entendeu que o caso não se enquadraria em um possível estelionato, e sim, de um possível crime contra o consumidor. O advogado que as famílias que se sentirem inseguras poderão rescindir o contrato com a agência. Ele não descarta, ainda, entrar com uma representação criminal contra os pais.