Policial

Comandante do 5º BPM fala sobre negociações com bandidos

04 mai 2022 às 19:48

O tenente coronel Nelson Villa, comandante do 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar) em Londrina, falou sobre os assaltos com reféns em entrevista ao vivo no Tarobá Urgente desta quarta-feira (4). Em menos de uma semana, foram registradas duas ocorrências e a PM precisou realizar a negociação com bandidos.

Na noite de ontem, o 5º BPM comandou ação em uma empresa na avenida Europa, na zona sul de Londrina, que foi alvo de bandidos armados. Dois envolvidos no assalto foram presos e a PM acredita que uma quadrilha de pelo menos quatro criminosos possa ter sido desarticulada na cidade.

“A Polícia Militar de uma forma geral tem cada vez mais se especializado no que denominamos gerenciamento de crise. Todos os atores envolvidos na resolução do  evento criminoso são de fundamental importância. Temos o procedimento, como por exemplo, o mais tenso, da primeira abordagem, em seguida é preciso fazer a contenção, depois o isolamento, em pelo menos dois perímetros de segurança, para aguardar o momento adequado para a primeira intervenção verbalizada”, explica.

Segundo Villa, cada um dos policiais têm uma função específica. “A Companhia de Choque estava com grupos táticos preparados para uma ação emergencial de invasão. Policiais do policiamento regular também estavam auxiliando em todo o perímetro, dando todo o suporte para que a ação pudesse ser desenvolvida. A tranquilidade, a serenidade e a experiência profissional, é determinante nesse momento”, ressalta. Nessa ocorrência, os assaltantes chegaram a exigir que a imprensa fizesse imagens no local e a presença de um advogado.

Segundo o comandante do 5º BPM, apesar de dois eventos em que se estabeleceram reféns e crises terem sido registrados praticamente seguidos, não significa que há um perigo maior para a população.

“Algumas pessoas entendem que a cidade está mais perigosa, mas ocorre ao contrário. Quando o criminoso fica com o refém no estabelecimento, você não sabe o que pode acontecer enquanto a polícia não chega. O crime pode se transformar em latrocínio a qualquer momento. Quando a Polícia chega, é sinal que ela é rápida”, afirma.

Villa comenta que nas duas últimas ocorrências atendidas em Cambé e Londrina, a PM agiu rapidamente. “O profissionalismo em que todo o cerco foi montando é enaltecido e por isso agradeço a tropa da Polícia Militar”, enfatiza.

Ele ainda destacou a grande circulação de viaturas pela cidade e região em operações extra jornadas e o esforço para que policiais cheguem a tempo quando acionados por meio de 190 para combater algum crime.

“Vale a pena fazer um roubo? O risco à vida dos envolvidos e de que sejam presos é muito maior em face da quantidade de viaturas e da qualidade de nossos policiais”, finaliza Villa.