Uma segunda denúncia de assédio sexual veio à tona contra o vereador Carlinhos da Ambulância, de Cambé, após acusação de uma funcionária da Câmara Municipal da cidade. A suposta vítima trabalhou na campanha eleitoral do vereador e registrou o boletim de ocorrência em 2017.

A mulher, que preferiu não ser identificada, contou que na época o seu pai esperava a visita do então candidato para receber um pagamento de um serviço. Porém, Carlinhos compareceu a sua casa sem avisar, em um momento que o seu pai não se encontrava.

De acordo com a denúncia, Carlinhos entrou na residência e foi recebido pela mulher normalmente. "Ele foi na cozinha, tomou café dentro da minha casa. E foi aí que começou a praticar o ato. Ele começou a passar a mão em mim e foi pra cima da minha filha também e tentou beijá-la", disse a mulher.

A suposta vítima teria tentado se desvencilhar de Carlinhos indo até a porta para pedir socorro a uma vizinha e o assédio teria continuado. "Ele veio atrás me chamando de gostosa e deixou uns R$20 em cima da mesa para eu comprar leite para a criança e eu falei que não precisava. Falei para ele pegar o dinheiro e sumir de lá", declarou.

Momentos depois, o pai da mulher teria voltado para a casa e foi informado sobre a situação. "Ele ligou para o Carlinhos e o Carlinhos veio em casa. Meu pai grudou ele no pescoço e falou que iria matá-lo. Ele falou ‘não irmão, não faz isso’. Meu pai ligou no 190 e a polícia que o atendeu disse para registrar boletim. No dia seguinte, a gente compareceu na delegacia para registrar o BO", disse.

O caso foi parar na Justiça e, conforme relata a mulher, foi determinado que Carlinhos fizesse o pagamento de uma indenização. "O juiz determinou que ele pagasse cerca de R$200 e veio uma pessoa que trabalhava com ele me trazer esse dinheiro. Mas dinheiro nenhum paga o que ele fez comigo. Meu pai pegou esse dinheiro e deu para moradores de rua. Dinheiro sujo não entra dentro de casa", afirmou.

Segundo a mulher, ela resolveu trazer o relato à tona para amparar a funcionária da Câmara que fez a denúncia. "Essa moça teve pessoas ajudando ela. Na época, eu não tive para quem gritar socorro. Ele saiu me difamando, falando que era mentira, que eu queria arrancar dinheiro dele. Todo mundo estava me julgando".

O vereador nega as acusações

Carlinhos da Ambulância concedeu entrevista ao Portal Cambé nesta quarta-feira (22) e negou as denúncias. Segundo ele, toda a situação é constragedora e o deixa muito triste.

“Eu sou pai de família, um vô, eu tenho uma neta moça. Trato todas as minhas companheiras de trabalho, as clientes do meu lanche, minhas pacientes na ambulância... Nunca tive esse tipo de problema. Eu jamais faria um negócio desse. Nem por brincadeira. Não sei qual é o objetivo, qual a intenção e quem poderia tirar proveito dessa situação. Quem me conhece sabe que isso jamais poderia acontecer", disse o vereador.