Policial

PM não encontra corpo e enfrenta lei do silêncio no Flores do Campo

02 jun 2022 às 20:52

O dia de buscas no Residencial Flores do Campo, a um suposto corpo, decapitado terminou sem sucesso, nesta quinta-feira (2). Entre a população, persiste o medo, em um bairro que tem sido marcado por crimes e notícias da presença da Facção PCC entre os chefes do tráfico de drogas.

Policiais militares foram acionados após uma denúncia que um boliviano teria sido assassinado e decapitado. A cabeça e o corpo estariam em lugares diferentes, nas proximidades do residencial, mas apesar do intenso trabalho das equipes, nada foi encontrado.

“A área é muito extensa e em mata fechada e a gente precisa de informações, ou pelo menos um direcionamento por parte de algum denunciante para que a gente encontre esse suposto corpo”, ressalta o tenente Emerson Castro.  

São dois acessos ao Flores do Campo. Uma delas pela Estrada Três Figueiras, que é continuação da Saul Elkind e a outra pelo Jardim Primavera. Imagens exclusivas da TV Tarobá mostram o local de cima. As ruas sem asfalto dificultam ainda mais a circulação de viaturas. Os criminosos se aproveitam da distância do bairro, de outros conjuntos.

Esse não seria o primeiro caso macabro na ocupação. Na semana passada, a Polícia confirmou que a ossada encontrada em outubro do ano passado em uma mata era de Cosme Pereira Gregório, de 34 anos.

Ele era considerado desaparecido. As investigações apontaram que a morte foi encomendada por Vitor Hugo Messias, o Vitinho. O jovem de 23 anos era considerado o chefe do tráfico e também já morreu em confronto com a PM, no dia 29 de março.

Angélica Clemente de Souza, de 37 anos, assumiu o comando do comércio de drogas após a morte dele, mas foi assassinada e enterrada em um chiqueiro. O homicídio brutal da mulher motivou um tribunal do crime em uma chácara na  zona sul que terminou com outras cinco pessoas mortas em confronto com a Polícia Militar, incluindo a namorada de Angélica, Geysi Grazieli Vieira, de 39 anos.

Agora a Polícia apura se o caso do boliviano, que estaria morto, teria ligação com a facção criminosa.

“A informação é de que muitos criminosos, de facções criminosas, estão agindo no local. São pessoas de Londrina que acabam se reunindo, deliberando sentenças de morte e até mesmo agredindo pessoas.  A Angélica seria uma das autoridades anteriores e devido a ações arbitrárias, sem permissões da facção criminosa, teria sido julgada e morta”, ressalta o tenente.

A cada dia novos casos de violência brutal surgem envolvendo o Flores do Campo. A presença frequente da PM com proximidade da população, incluindo as crianças, motiva denúncias das pessoas que não têm ligação com a criminalidade e vivem dias difíceis. Quem não tem condição de sair do bairro, espera que o corpo do boliviano seja logo encontrado

“É muito difícil alguém falar abertamente com policiais militares, por isso, orientamos novamente: é importante a participação do povo, que precisa denunciar, e garantimos o sigilo”, finaliza o tenente.