Política

Ato com Bolsonaro na Avenida Paulista reuniu 12,4 mil pessoas, estima monitor da USP

30 jun 2025 às 09:05

O ato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu 12,4 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common.


Conforme o levantamento, a contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h40, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.


Em comparação, em 6 de abril, a manifestação a favor da anistia, também realizada na Avenida Paulista, reuniu 44,9 mil pessoas, segundo o mesmo levantamento.



Veja como foi feito o levantamento



Foram tiradas fotos em quatro diferentes horários (14h00, 14h45, 15h20 e 15h40), totalizando 34 imagens. As cinco fotos selecionadas para a contagem foram tiradas às 15h40, momento de pico da manifestação. 


A imagem cobriu toda a extensão da manifestação em dois diferentes pontos de concentração na Avenida Paulista. Para o cálculo da multidão, foi utilizado o método Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China¹, e pela empresa Tencent. 


O software foi treinado com um dataset anotado de fotos de multidões da Universidade de Xangai e outro com imagens brasileiras da Universidade de São Paulo. No método, um drone captou imagens aéreas da multidão e o software analisou automaticamente essas imagens para identificar e marcar as cabeças das pessoas. 


Utilizando inteligência artificial, o sistema localizou cada indivíduo e calculou quantos pontos correspondiam a pessoas na imagem. Esse processo garantiu uma contagem precisa, mesmo em áreas densas.


“O método possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos. O erro percentual absoluto médio na contagem é de 12% (portanto pode haver 1,5 mil pessoas para mais ou para menos), em imagens aéreas com mais de 500 pessoas. As imagens utilizadas na análise estão disponíveis para consulta²”



Bolsonaro critica Lula e acusa esquerda de organizar 8/1


O ex-presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao governo Lula, acusou a esquerda de orquestrar os ataques de 8 de janeiro e afirmou a apoiadores que é preciso investir nas eleições de 2026. As declarações foram feitas durante um ato na Avenida Paulista neste domingo (29), em ato político ao lado de governadores e parlamentares. 


Bolsonaro afirmou que opositores buscam eliminá-lo da política. "Não quero ser preso, nem morto, mas não posso fugir da minha responsabilidade, verdade com vocês", disse. O político pediu para que apoiem o escolhido para liderar a direita caso ele esteja impedido de concorrer às eleições de 2026. Bolsonaro está inelegível até 2030. "Se queremos que nosso time seja campeão, temos que investir. Temos que acreditar, entender que as coisas não acontecem de uma hora para a outra", disse. 


No discurso, Bolsonaro fez um levantamento dos quatro anos de governo e, ao falar sobre os atos criminosos de 8 de janeiro, sugeriu que os ataques foram organizados por opositores. "Chegou o fatídico 8 de janeiro, um movimento mais do que claro, orquestrado pela esquerda. Lula não estava em Brasília, no dia anterior, em Araraquara (SP). Ele sabia o que iria acontecer, tudo foi quebrado antes das pessoas que estavam no acampamento, chegarem", afirmou. 


O ex-presidente citou que, se quisesse cometer um golpe, não ajudaria na transição ou iria apoiar a paralisação de caminhoneiros antes que Lula assumisse, em 2023. "O Brasil pagaria um preço muito alto. Se eu quisesse um momento, seria ali, com a boa vontade dos caminhoneiros. Ato contínuo, a pedido do atual mandatário. Fizemos a transição pacífica, elogiada por Geraldo Alckmin", disse, citando o atual vice-presidente. 


"Responsável para receber isso, do nosso lado. Nomeamos dois comandantes das forças, a pedido do cara que está lá agora, quem quer dar golpe, nomeia comandantes a pedido do opositor?", questionou Bolsonaro. 


Ainda sobre as eleições de 2022, Bolsonaro demonstrou surpresa por, mesmo reunir milhares nas ruas, ainda perder para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. "2022 foi triste, arrastava milhões de pessoas pelo Brasil. [...] Fizemos o possível, não esperava, confesso, aquele resultado", disse.