Política

Bolsonaro declara "paixão" por Trump e EUA, enquanto ex-presidente americano critica investigação

17 jul 2025 às 15:49

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15) ser "apaixonado" pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo povo americano e pela política norte-americana. A declaração foi feita durante entrevista a um jornal digital, onde Bolsonaro também comentou a recente decisão do governo norte-americano de aplicar tarifas de 50% aos produtos brasileiros.


"O que passa na cabeça do Trump eu não sei. Eu gosto dele, eu sou apaixonado por ele, pelo povo americano, pela política americana, pelo país que é os Estados Unidos", disse Bolsonaro ao ser questionado sobre a medida tarifária anunciada pelo republicano. Ele negou o envolvimento de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na questão da taxação, afirmando: "Negativo, ninguém tá vibrando com a taxação, não".


Mais cedo, Donald Trump havia se manifestado sobre Bolsonaro, afirmando que não são amigos, mas reiterou críticas à investigação sobre a suposta tentativa de golpe contra o ex-presidente brasileiro. "O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo do Brasil. Ele lutou muito pelo povo do Brasil. Ele negociou acordos comerciais contra mim pelo povo do Brasil e foi muito duro", comentou Trump em entrevista coletiva.


Trump acrescentou: "Eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria estar acontecendo. Não é que... olha, ele não é como um amigo meu, ele é alguém que eu conheço. E eu o conheço como um representante de milhões de pessoas. Os brasileiros são ótimas pessoas". Ele finalizou reforçando que Bolsonaro "ama o país e lutou muito por essas pessoas", e que "eles querem colocá-lo na cadeia. Eu acho que é uma caça às bruxas e acho muito lamentável. Ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo porque Bolsonaro era um presidente respeitado".


PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe


As declarações ocorrem no mesmo período em que a Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio do procurador-geral Paulo Gonet, apresentou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (14). Gonet afirmou que há uma série de provas que justificam a condenação de Bolsonaro e outras pessoas por tentativa de golpe de Estado.


Além de Bolsonaro, a PGR pediu a condenação dos ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Agora, as defesas dos réus devem apresentar suas alegações finais. Somente após esse processo, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, preparará seu voto para dar início ao julgamento.